Mostra de pinturas de Rodrigo Cunha na Galeria de Arte da UFSC

24/02/2005 16:20

Figura humana com ipê amarelo

Figura humana com ipê amarelo

Abertura da exposição :1º de março, terça-feira, às 20h. A visita é gratuita. A exposição fica até 24 de março.

A exposição individual de pinturas “Avesso da Potência”, do artista plástico Rodrigo Cunha. Ato todo, consta de 18 pinturas em óleo sobre tela com dimensões que variam de 30cm a 1m, produzidos entre 2003 e 2005. Os quadros retratam a figura humana sob uma perspectiva realista, revelando aspectos sutis da experiência de “ser” humano, em cenas intimistas permeadas por enigmas filosóficos.

Rodrigo, natural de Florianópolis, formou-se em pintura e gravura pela UDESC em 2002. Expôs como artista convidado na Casa Dide Brandão em Itajaí e no MASC (Museu de Arte de Santa Catarina) em 2003. No ano seguinte foi selecionado pelo SESC para apresentar uma exposição itinerante em várias cidades do Estado, e em cada uma delas apresentará uma palestra intitulada “O indivíduo contemporâneo a partir da pintura”.

No primeiro semestre de 2005, Rodrigo tem uma exposição agendada para o MAC (Museu de Arte Contemporânea de São Paulo), que deverá ser composta por quatro artistas catarinenses, selecionados

por críticos da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Suas obras fazem parte do acervo do MASC, de particulares no Brasil, na Bélgica e nos Estados Unidos.

Cena noturna na ilha

Cena noturna na ilha



No dia 16 de março, quarta-feira, haverá um “Encontro com o Artista” em que Rodrigo também deverá falar sobre o homem contemporâneo e a relação com a pintura. O objetivo desse encontro é possibilitar que o artista que expõe na UFSC possa fazer uma comunicação do seu trabalho para a comunidade universitária, artistas e interessados em artes visuais. Nesses encontros o artista tem a oportunidade de falar sobre o processo criativo da sua obra, o que envolve o conceito teórico e as técnicas utilizadas na produção de uma obra de arte. Nessa aproximação entre o artista e a comunidade também são relatadas experiências de vida do artista, desde a sua formação, processos de pesquisa, produção e difusão dos trabalhos. “O encontro é uma oportunidade para socializar o conhecimento que é produzido nos ateliês e na academia” enfatizam os coordenadores do projeto da Galeria de Arte da UFSC.

Assim o artista fala um pouco da sua obra:

“As imagens que trago para o público são extratos diretos da

realidade, sem grandes preocupações decorativas, se ocupando

mais com o fato do que com a alegoria. Crio um “tipo” de imagem

que pode ser reconhecida através da pintura Holandesa do séc.

XVII ou de certos pintores ingleses, como Gainsborough ou Lucian

Freud, pois retratam não a fantasia mas a vida em sua crua

realidade, seja ela pitoresca, exuberante ou trágica.

A pintura, por ser uma linguagem que vai na contra-mão, torna-se uma linguagem apropriada pela contemporaneidade já que esta é caracterizada sobretudo por resgatar a tradição (pintura), colocando-a no contexto de outra época.

O que leva alguém a se tornar um pintor figurativo em pleno séc.XXI, já que existe a fotografia e é abundante o número de mídias possíveis para se trabalhar uma imagem expressiva? É uma pergunta difícil de responder.Sem dúvida, é uma questão extremamente pessoal. Na pintura crio minha própria identidade e já não sei o que vem antes, a realidade ou a imagem, acho que elas andam juntas, uma ajudando a ressignificar a outra. Qual poderia ser o papel do pintor Rodrigo Cunha na atual conjuntura? Respondo: Criar um retrato psicológico do indivíduo contemporâneo.

O ser humano tem a necessidade de acreditar em algo maior que ele. Os antigos acreditavam nos entes da natureza (Sol, Lua), na Idade Média vemos a presença muito forte das religiões, no período que se denomina

modernidade a crença é no ser humano e na razão (Iluminismo), enfim, nos dias de hoje (pós-modernidade), até o homem anda meio desacreditado de si mesmo. Acreditamos em que então? No presente, no prazer. Meu envolvimento com as artes começa pelo prazer de pintar e assim dar significado ao presente”

CONTATO: Galeria: (48) 331-9683

Realização do DAC – Departamento Artístico Cultural, vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da UFSC.

Fonte: [CW] DAC – PRCE – UFSC