Departamento de Engenharia Civil da UFSC estuda impacto de mega empreedimentos
Congestionamento, falta de vagas para estacionar, insegurança de pedestres e motoristas, poluição sonora, visual e atmosférica. Muitas vezes, esse é o preço que moradores de uma cidade pagam pela implantação de shoppings centers, hipermercados, hospitais, universidades e estádios, por exemplo. Pensando nas formas de evitar as conseqüências desagradáveis dos grandes empreendimentos, pesquisadores de nove países decidiram trabalhar em conjunto e formar a Rede Ibero-Americana de Estudo em Pólos Geradores de Viagens (PGVs), da qual faz parte a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Locais onde são desenvolvidas atividades atrativas à população, gerando tráfego intenso de pessoas e veículos, são considerados PGVs.
No Brasil, o estudo dos impactos causados pelos mega empreendimentos ainda é recente, mas várias pesquisas vêm sendo desenvolvidas na área. “Os shopping centers foram o primeiro objeto de estudo da maioria dos pesquisadores, pois representam mudanças muito grandes na cidade. Mas hoje há uma grande variedade de pólos sendo estudados “, explica a professora do Departamento de Engenharia Civil (EVC/UFSC) Lenise Grando Goldner – que é subcoordenadora geral da Rede.
A iniciativa integrou instituições de pesquisa de sete países da América Latina – Brasil, Argentina, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela – e dos dois da Península Ibérica – Portugal e Espanha. Ao todo, 50 pesquisadores, de 16 universidades, estão envolvidos no projeto. “Em um primeiro momento, cada integrante desenvolverá pesquisas sobre PGVs implantados em seu país. Depois, esses estudos serão analisados e compilados, formando uma publicação”, afirma Lenise.
Segundo a professora, o objetivo é construir uma base de dados e estatísticas que possam auxiliar na avaliação dos efeitos causados por novos empreendimentos. “Vamos propor procedimentos, modelos e parâmetros para análise dos impactos que esses pólos geram, condizentes com a realidade das nossas cidades”. Ela ressalta ainda que os estudos da Rede não se restringem à geração de tráfego, mas também avaliam impactos ambientais. “Tudo isso para evitar equívocos, que geralmente só são percebidos depois que o pólo já foi implantado”.
Experiência – A professora Lenise Goldner estuda os PGVs desde a década de 1980 — fato que a motivou a ser uma das idealizadoras da Rede, em conjunto com o professor Licínio da Silva Portugal, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Minha dissertação de mestrado e minha tese de doutorado tratam do tema, assim como outros trabalhos que orientei no Programa de Pós-Graduação do ECV”. Agora, ela orienta uma pesquisa, realizada por alunos de graduação, que analisa o tráfego gerado por nove grandes hotéis da capital catarinense.
Esse e outros estudos desenvolvidos no Departamento de Engenharia Civil da UFSC já formam a produção científica da Rede. “Esperamos divulgar os primeiros resultados em 2007. Com o tempo, poderemos também analisar as semelhanças e diferenças existentes entre as cidades onde são desenvolvidas as pesquisas”. A Rede Ibero-Americana de Estudo em Pólos Geradores de Viagens é patrocinada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil.
Fonet: Núcleo de Comunicação do CTC/ Por Débora Horn
Converse com a professora Lenise Grando Goldner por telefone (48 3331-7769) ou lenise@ecv.ufsc.br
Saiba mais sobre a Rede Ibero-Americana de Estudo em Pólos Geradores de Viagens em http://redpgv.coppe.ufrj.br
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