Técnicos da Petrobras conhecem estudos da UFSC na área do comportamento de combustíveis em solo e águas subterrâneas

Foto: Paulo Noronha/Agecom
Os visitantes também conheceram as obras físicas do futuro Laboratório de Remediação de Águas Subterrâneas, chamado de Prédio Verde, que deverá ser entregue no segundo semestre do ano, utilizando o que há de mais atual em arquitetura sustentável no país. No encerramento da programação matutina, houve uma visita à área onde são feitos os experimentos que simulam acidentes como vazamentos e infiltração de combustível no solo e no lençol freático. A agenda da tarde prevê uma reunião técnica no campus da Trindade, sede da instituição, e o retorno dos técnicos ao Rio de Janeiro.
Em sua apresentação, o professor Corseuil e sua equipe mostraram a evolução dos estudos e da parceria com a Petrobras, que foi iniciada em 1994. De uma década para cá, foram implantados diversos experimentos de campo para avaliar o comportamento de derramamentos em subusperfície de diferentes misturas de gasolina e etanol e diesel e biodiesel. A reação do solo e a sua capacidade de absorção, com ou sem danos ao meio, são medidas constantemente, subsidiando a estatal com informações que lhe poderão ser úteis em casos de acidentes no transporte terrestre, em refinarias, terminais e nos postos de combustíveis.
“Modelos matemáticos e um software inovador foram criados para facilitar esse trabalho”, disse Henry Corseuil, ressaltando as parcerias com a Tecnoamb e a ESSS, empresas de base tecnológica que ajudam a monitorar a aplicação e os resultados da liberação controlada de combustíveis no solo e em águas subterrâneas. Hoje, dois laboratórios já operam na Ressacada e os demais estão no campus da UFSC, esperando a conclusão do Prédio Verde para serem transferidos para lá.
A equipe do Remas é formada por 41 pessoas, incluindo alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado, além de profissionais contratados. De alguma maneira, todos foram atraídos pelas crescentes demandas de ensino, pesquisa e extensão na área de remediação de águas e solos contaminados por compostos tóxicos. As pesquisas básicas e aplicadas são relacionadas ao destino e transporte de contaminantes perigosos, e a atenuação pode ser sem intervenção, deixando que a natureza absorva o impacto do derramamento, ou ativa, usada em situações críticas e que acelera a remediação do dano.
A professora Marilda Fernandes, responsável pelos laboratórios, explica que a Petrobras vem financiando desde o início os estudos da UFSC e, agora, a construção do Prédio Verde, cuja concepção permite a utilização de luz natural durante o dia e o aproveitamento dos ventos mais comuns na Ilha – dispensando, de acordo com o nível da temperatura, o uso de ar condicionado.
A edificação terá 1.200 metros quadrados e, além do bloco dos laboratórios, contará com escritórios para atividades administrativas, salas e anfiteatro com 80 lugares. O autor do projeto é o professor Américo Ishida, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC.
Por Paulo Clóvis Schmitz / Jornalista na Agecom
Por Paulo Clóvis Schmitz / Jornalista na Agecom