Laboratório promove simpósio sobre restauração ambiental

15/05/2008 10:31

UFSC tem metodologia para restauração de florestas

UFSC tem metodologia para restauração de florestas

O Laboratório de Ecologia Florestal, ligado ao Departamento de Botânica da UFSC, realiza nos dias 15 e 16 o I Seminário de Restauração Ambiental Sistêmica. Participam 50 profissionais, pesquisadores e alunos de pós-graduação que desenvolvem trabalhos na área de conservação da natureza, restauração e legislação ambiental. O encontro acontece no auditório da Fapeu, das 8h às 18h.

Entre os ministrantes da UFSC estão o professor Ademir Reis, coordenador do Laboratório de Ecologia Florestal; Deisy Regina Tres, doutoranda em Recursos Genéticos Vegetais e Sandro Luis Schlindwein, professor do Departamento de Engenharia Rural.

São também palestrantes professores de outras universidades: James Jackson Griffith (Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa) e Juarês José Aumond (Departamento de Ciências Naturais da Universidade Regional de Blumenau).

“Será um evento direcionado a discutir a filosofia da restauração ambiental numa abordagem sistêmica, buscando despertar a consciência para aprendizagem de uma nova realidade ambiental”, diz o professor Ademir Reis, que há mais de 10 anos trabalha com estudos direcionados à restauração de florestas degradadas.

Segundo ele, mais do que apresentar resultados de pesquisas, o evento se propõe a fazer uma discussão entre profissionais, pesquisadores e alunos de pós-graduação que desenvolvem trabalhos na área da conservação da natureza e legislação ambiental. “O encontro não tem um caráter de divulgar novos dados obtidos em estudos, mas de discutir novos rumos para o processo de restauração ambiental”, reforça o professor.

Ele explica que numa visão sistêmica a restauração ambiental envolve muito mais do que plantar árvores em linhas eqüidistantes. “Precisamos assumir a necessidade de ajudar a natureza a se reconstruir dentro de sua eco-organização, em contraponto com o antropocentrismo de construir ambientes artificiais”, defende.

De acordo com Reis, doutor em biologia vegetal, essa proposta envolve em primeiro lugar a necessidade de um bom diagnóstico ambiental da área degradada. Depois são adotadas ações que possam garantir a conservação do solo e a retomada do crescimento da vegetação e de um equilíbrio entre produtores (plantas) consumidores (animais) e decompositores (microorganismos).

“Esse processo garantirá que sejam refeitos os ciclos naturais dos elementos principais como a água, o carbono, nitrogênio, fósforo e demais componentes químicos, além de permitir novos níveis de conectividade entre a área degradada e seu entorno”, ensina o professor.

“A restauração sistêmica vem apresentar um novo paradigma, colocando a complexidade ambiental como o principal elemento a ser encarado, desmistificando a simplicidade colocada nas tecnologias sistemáticas de restauração.”, ressalta. Seu grupo defende também uma visão social da restauração, buscando não apenas o cumprimento de leis, mas a melhoria da qualidade de vida das populações envolvidas nestes processos. A expectativa é de que o encontro estimule novos encaminhamentos para as pesquisas e o compromissos social dos programas de restauração.

São patrocinadores do evento Tractebel, Baesa, Associação Catarinense de Empresas Florestais e Fapeu.

Mais informações: (48) 3271-8539 / areis@ccb.ufsc.br

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

Leia também:

UFSC desenvolve tecnologia para recuperação de florestas degradadas