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Com apoio do Programa de Tecnologia de Habitação (Habitare), da Finep, e parceria do Sebrae, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está capacitando dezenas de empresas que produzem insumos para a construção civil. Entre elas, sete fabricantes de lajes pré-moldadas, nove marmorarias, 13 fabricantes de argamassa branca e 40 fabricantes de cerâmica vermelha. Além destas, capacitou nove empresas de projeto e nove empreiteiras interessadas na implantação de sistemas de gestão da qualidade. Com esse trabalho, sete empresas já obtiveram sua certificação junto ao Centro Cerâmico do Brasil, uma outra está em processo e várias produtoras de argamassa e de mármore receberam o Selo da Qualidade Habitat.

As ações fazem parte do projeto Mecanismos de Inovação de Gestão de Produção de Materiais e Serviços da Indústria da Construção (Gesthab). De acordo com o coordenador do trabalho, o professor Humberto Ramos Roman, do Departamento de Engenharia Civil da UFSC, o projeto nasceu com as demandas geradas pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). O PBQP-H foi lançado com o objetivo de diminuir desperdícios e melhorar a qualidade na habitação, conduzindo a uma série de acordos setoriais e com órgãos de financiamento da construção civil, para que obras apoiadas por estes só utilizem produtos certificados.

O trabalho levou também à produção de manuais específicos para diferentes setores. Empreiteiras e empresas de mármore e granito já contam com publicações desse tipo, disponíveis na Biblioteca On Line Sebrae e também no site do projeto Gesthab (www.gesthab.ufsc.br). Os manuais têm o objetivo de auxiliar as empresas na implementação de sistemas de gestão da qualidade e na melhoria da qualidade de seus produtos, para que possam atender aos requisitos de certificação.

Sem receitas prontas

Como sistemas de qualidade estão na maioria das vezes relacionados a muitos papéis, mudanças nos processos produtivos e atitudes dos trabalhadores, o respeito à cultura da empresa é, segundo o coordenador, uma estratégia que vem sendo perseguida. “Nós trabalhamos vendo primeiro como a empresa faz, orientamos sobre o que não está de acordo e só depois vamos, junto com ela, produzir os documentos de

Segundo ele, o processo de qualificação pode levar seis a sete meses. Como a universidade não entra com uma receita pronta, cursos individuais ou para conjuntos de empresas colaboram com a capacitação de mão-de-obra e com a demonstração de maneiras mais eficientes de controle dos processos. O simples uso de um termômetro no processo de extinção da cal nas fábricas de argamassa, por exemplo, permite que a empresa, além de controlar melhor o processo de produção, tenha condições de detectar se a cal usada tem a qualidade adequada.

Do ponto de vista acadêmico esse processo vem colaborando com o ensino no curso de graduação e na pós-graduação em Engenharia Civil da UFSC. O Gesthab tem permitido que alunos de graduação e de pós-graduação participem das pesquisas e dos trabalhos, indo a campo para realizar diagnóstico e também para acompanhar as empresas em atividades de implantação das ações sugeridas. Cinco dissertações e uma tese de doutorado foram geradas a partir do projeto.

Mais informações:

Professor Humberto Ramos Roman

Fone: 48 3721-7094

E-mail: humberto@ecv.ufsc.br

Por Arley Reis / Agecom