Sistema de Integração de Informações produzido na UFSC vai agilizar dados na Saúde Pública
Um modelo para relacionar diferentes bases de dados do Sistema de Informações do Sistema Único de Saúde (SUS) foi o resultado da tese de doutorado de Ivana Corrêa de Oliveira, com orientação do professor Rogério Cid Bastos, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFSC. A defesa aconteceu no dia 13 de dezembro, no Auditório do Centro de Engenharia de Produção.
A presença de uma banca atípica, composta por sete membros, denotava a relevância da ferramenta produzida pela acadêmica, um instrumental de aperfeiçoamento das bases de dados desenvolvido para localizar registros duplicados e relacionar diferentes sistemas na área da Saúde. Sua aplicação irá permitir informações mais exatas, fundamentais para subsidiar decisões relacionadas às políticas e ações de saúde.
Ivana desenvolveu um Sistema Integrado de Informações (SIMI) e o aplicou para relacionar os dados do Sistema de Informações dos Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Em sua experimentação utilizou os dados referentes aos nascidos vivos no município de Florianópolis no ano de 2005, e dos óbitos ocorridos no primeiro ano de vida. Para permitir a interoperabilidade dessas bases de dados utilizou o padrão XML, que torna possível o intercâmbio de dados heterogêneos. A aplicação da ferramenta SIMI permitiu relacionar os dados dos sistemas, obtendo importantes índices, como a mortalidade infantil.
O reitor da UFSC Lúcio Botelho, membro da banca, ressaltou a importância da ferramenta por resgatar os dois sistemas existentes e criar uma base de dados que permite a análise qualitativa da mortalidade infantil. Botelho, grande motivador do tema e de vários aspectos ligados à área da saúde pública e da epidemiologia desenvolvidos no trabalho, considerou a nova ferramenta um embrião de um modelo que permitirá ao sistema público obter um histórico dos usuários de serviços de saúde.
A professora Daniela Lemos Carcereri, destacou a possibilidade do SIMI gerar uma nova fase no SUS, já que os sistemas existentes foram criados com objetivos de controle financeiro e o modelo criado pela acadêmica possui como foco o cidadão. Outro membro da banca, o professor Hugo Hoeshel, diretor presidente do CIASC, destacou que o trabalho potencializa a governança eletrônica e insere-se em uma linha de desenvolvimento similar aos trabalhos desenvolvidos pelo governo do Estado nesta área.
Finalmente, os professores Flávio Magajewski (diretor de Políticas Públicas da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina), Maria Marta Leite (Departamento de Informática e de Estatística da UFSC e coordenadora do Curso de Sistemas de Informação) e Ruth Ferreira Rossi (UNISUL e consultora em Sistemas de Informação) destacaram as contribuições nas áreas de tratamento de dados, sistemas de informação e qualidade da informação.
A perspectiva é agregar à ferramenta outras bases de dados e contemplar escopos maiores, instalando-o como um sistema de produção e em tempo real, gerando índices mais precisos e com maior rapidez. O sistema possibilita a gestão utilizando-se os conceitos de Eventos Sentinela, de grande importância para a área da Saúde Pública, principalmente, no tocante a políticas de redução de mortalidade infantil.
Outras informações podem ser obtidas através do e-mail Ivana@sea.sc.gov.br.
Mara Paiva /Jornalista da Agecom