Desafio e trabalho são as palavras de ordem no Seminário de Pesquisa em EaD
Durante dois dias (26 e 27), professores, pesquisadores e estudantes de Santa Catarina e de diversas regiões do País estão trocando informações e afinando o discurso na UFSC a respeito da educação a distancia no Seminário de Pesquisa em EaD – experiências e reflexões. Os trabalhos estão sendo coordenados pela professora Dulce Márcia Cruz, que na abertura do encontro, no auditório da Reitoria, disse que o evento é uma oportunidade de troca de informações com os envolvidos nessa modalidade de ensino.
Segundo ela, a educação a distância está sendo institucionalizada. Por isso, por exemplo, é importante buscar formas de se desenvolver pesquisas na área, pois se trata de um desafio muito grande, já que não estamos preparados para isso. “É tudo muito novo e temos que trabalhar bastante para que possamos organizar o ensino a distancia no Brasil. Isso exige reflexão a respeito do crescimento dessa modalidade de ensino”, observou a professora.
Já na palestra de abertura, o professor James Petch, da Universidade de Manchester, da Inglaterra, lembrou que há cerca de 15 anos, as sociólogas Twigg e Oblinger escreveram algumas previsões a respeito da educação a distancia na Europa, destacando que no ambiente de trabalho as pessoas deveriam seguir um projeto de educação continuada. Segundo elas, as mudanças tecnológicas seriam grandes e causariam impactos. A distribuição geográfica dos alunos estabeleceria uma competição, forçando mudanças no ensino. Para 2007, elas previram que haveria menos competição e que os profissionais trabalharia mais em conjunto.
Para Petch, algumas das previsões deram certo. Outras, nem tanto. Na sua opinião, o novo modelo educacional se baseia, especialmente, na compreensão da aprendizagem, e não no processo. Ele percebe crescimento no setor, mas não num nível aceitável. O professor vê alterações no nível de consciência, mas ainda longe dos patamares desejados.
Vai ser um desafio para as universidades resolverem esses problemas. Para isso, destacou, “será necessário tirar as escolas da inércia e procurar soluções caseiras para resolverem as suas necessidades”. Já com relação aos professores, Petch disse que a relação deles para com os alunos é horizontal, com a tendência de se estabelecer parcerias. Além disso, o professor terá que trabalhar mais ambientado em equipes multidisciplinares. O desenvolvimento de pesquisas conjuntas também deverá ser estimulado.
A programação segue à tarde, quando das 14 às 17 horas acontecem mesas de debates e relatos de experiências. A primeira vai ser no auditório Henrique Fontes, no CED, e vai tratar sobre “A função da pesquisa na avaliação institucional da EaD”, tendo como expositores Patrícia Torres, da PUC do Paraná, Suzi Sama Pinto, da UFRGS, Sílvia Modesto Nassar e Beatriz Bittencourt, da UFSC. A mesa vai ser coordenada por Renato Cislaghi.
A segunda mesa está prevista para a sala Hassis, no CCE, e tem como tema “Atividades presenciais na EaD: desafios e possibilidades”, tendo como expositores Araci Hack Catapan, Neri Teresinha Bath Carvalho, Ronice Muller de Quadros, Marcos Dalmau, Bernadete Limong e Roberta Pires de Oliveira. Para a mesa três estão previstos relatos de experiências coordenados por Josias Hack.
No dia 27, a programação acontece das 9 às 12 horas, no bloco “B” do CCE. A primeira mesa vai tratar do tema “Docência na EaD: novo professor, novo aluno, novas práticas” e da “Estruturação e produção dos núcleos de pesquisa em EaD. A terceira aborda “Avaliação contínua de aprendizagem nos ambientes”, enquanto que a última mesa vai ouvir relatos de pesquisas. O seminário é uma promoção da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação e uma realização da Educação a Distância da UFSC.
Por José Antônio de Souza/jornalista na Agecom