Madeira: construir com tecnologia e consciência ambiental
No mundo contemporâneo, onde a questão ambiental vem sendo tratada cada vez mais com a devida importância, é preciso enaltecer medidas que venham a se somar às preocupações e às ações que buscam contribuir com o combate ao efeito estufa. Sabe-se, pelo conhecimento científico da formação do material madeira, que é no processo fisiológico de crescimento das árvores, no momento da fotossíntese, que se dá a captura do dióxido de carbono (CO2). Sabe-se também que é na formação do tecido lenhoso que esse carbono fica seqüestrado.
Atualmente, essa captura e seqüestro do carbono, têm importância vital uma vez que o carbono livre na atmosfera vem contribuindo para a densificação da camada de gases que envolve o nosso planeta e quanto mais densa essa camada, menos permite que os raios ultravioleta retornem na proporção necessária. Essa retenção, a maior, dos raios ultravioleta vem provocando o aquecimento global e o conseqüente efeito estufa.
Logo, o emprego das madeiras nas construções em geral e no caso particular da
construção da habitação, coloca em evidência dois aspectos relevantes de consciência ambiental para os dias de hoje:
• Emprego de um material que é de fonte renovável e que pode ser produzido em
florestas plantadas.
• Emprego de um material que captura e seqüestra o carbono, antes livre na atmosfera.
Portanto, deveria existir também por parte do governo, um ato de consciência ambiental, traduzido na forma de incentivos fiscais às construções em madeira, pois sob o ponto de vista aqui analisado, ganha valor ambiental, construções em madeira de florestas plantadas, realizadas sob tecnologias construtivas adequadas e associadas ao emprego de novos componentes derivados das madeiras, permitindo transformar esse material e seus derivados em bens duráveis, pois só a sua transformação em bens duráveis é que possibilitará o seqüestro do carbono por tempo prolongado.
Isto deveria ser reconhecido como “crédito de carbono estocado” a ser recompensado na forma de incentivos às construções em madeira, pois mesmo que um dia, após ter cumprido a sua função por tempo prolongado e de ter sido inclusive reutilizada, a madeira chegar a se decompor e o carbono retornar à atmosfera, sabe-se que ele poderá ser capturado e seqüestrado por outra árvore, entrando em um ciclo de equilíbrio ambiental.
Carlos Alberto Szücs
Professor titular da UFSC
Doutor em Ciências da Madeira em 1991 pela Université de Metz – França
Coordendador do projeto Otimização da Industrialização do Sistema Construtivo Battistella – UFSC






























