Governo dos Açores e UFSC discutem pauta de acordos culturais
Em sua primeira visita ao Brasil, a diretora regional das Comunidades do Governo de Açores se reúne com reitor e pesquisadores do Núcleo de Estudos Açorianos para apresentar propostas de intercâmbio e aproximação cultural
Intercâmbios profissionais, parcerias e acordos entre a Universidade Federal de Santa Catarina e Açores ficaram acertados a partir da primeira visita oficial da diretora regional das Comunidades do Governo de Açores Maria da Graça Castanho nesta semana ao Brasil e a Florianópolis. Empossada em dezembro passado no cargo que equivale ao de ministro de Estado, Castanho esteve na Capital nos dias 14 e 15, em uma promoção do Núcleo de Estudos Açorianos da Secretaria de Cultura e Arte da UFSC em celebração ao Dia de Portugal e de Camões, comemorado em 10 de junho.
Responsável pelos acordos culturais com comunidades açorianas de todo mundo, além do cuidado com repatriados, imigrantes e emigrantes dos Açores, a diretora apresentou as novas diretrizes da presidência da Região Autônoma dos Açores pela primeira vez no Brasil. Em encontro com o vice-reitor da UFSC Carlos Alberto Justus e com pesquisadores da equipe do NEA, Castanho anunciou os projetos que deverá implantar na área de turismo para jovens e pessoas de Terceira Idade, incluindo concursos na área literária e jornalismo.
Para o próximo ano, estão previstos vários intercâmbios entre profissionais de diversas áreas que possam levar o modo de ser e de viver da gente do litoral catarinense para as escolas, sindicatos e comunidades. A ideia é não se restringir a pesquisadores nem aos ambientes acadêmicos, segundo Castanho, que já esteve no Canadá e no Havaí levando suas propostas. Convidado oficialmente a visitar os Açores, o vice-reitor falou sobre o trabalho do NEA na valorização da cultura açoriana. “Preservar o legado dessa cultura em Santa Catarina é preservar a qualidade de vida caracterizada pela tranquilidade do homem do nosso litoral”, destacou.
A partir das novas parcerias serão organizados voos especiais para facilitar a viagem de catarinenses para Açores. Em reunião com a produção do filme A Antropóloga foi alinhavada ainda a viagem do diretor do, Zeca Nunes Pires, com a atriz principal Larissa Bracher e outro membro da direção técnica para exibir a obra nas três maiores ilhas do arquipélago dos Açores, seguida de debate com jornalistas e escolas.
Segundo o coordenador do Núcleo, Joi Cletison, que acompanhou toda a agenda da diretora em Florianópolis, hoje o litoral de Santa Catarina conhece mais os Açores do que o contrário. Depois de Florianópolis, Castanho completou sua visita técnica ao sul do Brasil na Casa dos Açores do Rio Grande do Sul. Antes de vir ao sul, esteve nas Casas dos Açores do Rio de Janeiro, São Paulo.
Castanho também teve reunião com a equipe digital do NEA responsável pela criação e manutenção do Portal das Comunidades, que publica artigos e fotografias sobre cultura açoriana, aberto a todas as comunidades do mundo e de modo colaborativo.
A visita do dia 14 encerrou com a participação da diretora na abertura da mesa redonda Conversas sobre os Portugueses, que iniciou às 19 horas e foi até quase 22 horas no Palácio Cruz e Sousa, com a participação de cerca de cem pessoas. No evento, promovido pelo Nea em parceria com a Fundação Catarinense de Cultura no Museu Histórico de Santa Catarina, o arquiteto Roberto Tonera, coordenador dos projetos Conservação e Restauração das Fortalezas e Fortalezas Multimídia falou sobre a consolidação do Brasil com a construção do sistema de fortificações.
Já o historiador João Lupi, professor do Curso de Filosofia da UFSC, fez uma abordagem antropológica e poética sobre o que identifica, em termos comportamentais, o modo de ser português em Portugal e no sul do Brasil. Com a vivência de um cônsul honorário. falou do comportamento discreto, desconfiado no primeiro momento e depois amigo do açoriano dentro da temática “O português que não se vê, mas se ouve e sente”.
Assuntos como a instalação dos portugueses em Santa Catarina, as vicissitudes de Portugal, a diversidade da emigração para o Brasil e a herança deixada pelo povo português também fizeram parte das discussões. E continuam abertas no Museu Histórico até o dia 15 de julho as exposições “Os Portugueses na Ilha de Santa Catarina” e “Fortalezas da Ilha de Santa Catarina” para quem quiser conhecer mais de perto a força dessa herança.
Maiores informações: Joi Cletison – 3721.8605 ou 3028.8091
Por Raquel Wandelli/Assessora de Comunicação da SeCArte/UFSC
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