Seminário discute recuperação da ponte Hercílio Luz

13/05/2011 17:33

Fotos: Paulo Noronha / Agecom

Um dia antes do aniversário de 85 anos da ponte Hercílio Luz, comemorado nesta sexta-feira, 13 de maio, foi realizado no Auditório da Reitoria da UFSC o III Seminário sobre a Recuperação da Ponte Hercílio Luz. Com o lema “Nosso símbolo, nosso orgulho”, o evento reuniu o vice-reitor Carlos Alberto Justo da Silva, consultores do projeto de recuperação da ponte, engenheiros e representantes governamentais, como o secretário de Estado da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, o presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (DEINFRA), Paulo Meller, e o representante do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Mário Alves, que discutiram a importância da restauração, questões técnicas da construção e participaram de um debate sobre a viabilidade da obra.

O evento começou às 9h com o anúncio do Secretário de Estado de Infraestrutura de que nesta sexta será entregue ao governador Raimundo Colombo um projeto para captar recursos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. A iniciativa é essencial para dar continuidade à obra de restauração, já que o governo não possui os $ 170 milhões orçados. O secretário falou também que está criada uma comissão de acompanhamento da obra, com representantes do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da UFSC, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Assembleia Legislativa (ALESC). “Estamos dando à ponte a importância que ela tem”, disse, e ressaltou que esta não é uma obra só de infraestrutura, mas de recuperação de patrimônio, já que a ponte pode ser considerada um monumento e símbolo de Santa Catarina.

O pronunciamento de Cobalchini foi complementado pelo técnico do IPHAN Mário Alves, que resgatou a importância histórica da ponte na consolidação de Florianópolis como capital do estado e criticou a associação da imagem da ponte com a falta de mobilidade na cidade.

Após a exibição do documentário Ponte Hercílio Luz Patrimônio da Humanidade, de Zeca Pires, o consultor internacional do Projeto de Recuperação da Ponte Hercílio Luz, Khaled Mahmoud, o consultor nacional Jür Jewe Maertens e o coordenador das obras Cássio Magalhães se reuniram na palestra ´A Situação Atual da Ponte Hercílio Luz e os caminhos para se colocar a Ponte em segurança´. Mahmoud falou dos problemas de conservação, como o excesso de fissuras e corrosão nas chapas de apoio, e explicou como será feito o novo sistema de suspensão. Para mostrar a importância da restauração da ponte Hercílio Luz, ele mostrou imagens de outras pontes que são símbolos de cidades, como a ponte do Brooklyn, em Nova Iorque, e questionou: “Quantas cidades no mundo podem contar com uma estrutura, um monumento, como a ponte Hercílio Luz?”.

O debate teve a participação dos professores da UFSC de Engenharia Civil Ivo Padaratz e Moacir Carqueja, de Arquitetura Mário César Coelho e de Engenharia Mecânica Honorato Tomelin, além do presidente do DEINFRA, Paulo Meller. Os únicos que se posicionaram contra a restauração da ponte e levantaram questões sobre necessidade da obra quando faltam recursos para outras melhorias em infraestrutura e manutenção das outras duas pontes foram os professores Padaratz e Carqueja. “A obra de recuperação me parece um saco sem fundo, agora são R$ 170 milhões, mas quem garante que vai ficar só nisso mesmo?”, questionou Padaratz. O presidente do DEINFRA reconheceu que “ninguém pode atestar que não haverá surpresas pela frente”, mas disse que tem certeza que existe capacidade técnica para restaurá-la e que isso deverá ser feito.

Marília Marasciulo / Bolsista de Jornalismo na Agecom

Foto de capa: Coleção Rogério Santana

Tags: Ponte Hercílio Luz