Curso de biônica na UFSC é bem avaliado por brasileiros, latino-americanos e alemães
Encerrou dia 3 de dezembro o curso ” Inspired by minds and nature? New ways to creativity “, na área de Biônica. O curso, que iniciou dia 19 de novembro, envolveu mais de 30 pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação e foi uma iniciativa da UFSC, pela Secretaria de Relações Internacionais e Institucionais (Sinter), com a coordenação do professor Louis Westphal e Universidade de Münster (WWU), da Alemanha, com apoio dos ministérios da Educação e Ciência e Tecnologia alemães.
O objetivo do curso, segundo Ricardo Schuch, diretor executivo do Centro Brasileiro na Universidade de Münster, é “buscar ideias usando a natureza para o desennvolvimento de produtos técnicos”. A Biônica é compreendida como o estudo de seres vivos ( plantas e animais) para aplicar soluções existentes na natureza em sistemas e produtos. Um exemplo clássico é a invenção do velcro pelo suíço George de Mestral, em 1941. Ele se inspirou nas sementes de Arctium ( bardana ou pega-pega) que grudavam constantemente em sua roupa em seus passeios pelos Alpes.
A Agecom conversou, coletivamente, com os participantes do curso que fizeram uma avaliação.
Anne -Marie Nienaber, de Münster teve muito boa impressão. Para ela há grandes possibilidades de intercâmbio no futuro, porque há diferenças culturais, mas há similaridades na pesquisa. Foi interessante conhecer sobre os sonhos, o comportamento, sobre nossa terra, saber como trabalhamos aqui. O primeiro passo foi dado, mas o melhor foi o contato direto para um verdadeiro intercâmbio que não só de internet.
Mauricio Faraon, estudante de Engenharia da UFSC, não conhecia a Biônica, e afirmou que a temática é boa para estudar e há um excelente potencial no Brasil, com sua grande biodiversidade. Os alemães têm o know-how, então, juntos podemos desenvolver a tecnologia, numa interessante parceria. Mauricio considerou também a possibilidade de fazer uma pós-graduação nesta área.
Maria Lucia Okimoto, da Universidade Federal do Paraná, gosta da cultura da Alemanha — da maneira que realizam as coisas e gosta de aprender sobre temas relacionados. Achou o curso interessante especialmente por conhecer as pessoas de Münster e os outros estudantes do Brasil. Considera, também, passar um tempo na Alemanha.
O professor Daniel Martins, da UFSC, trabalha com robótica e tem expectativa sobre biônica relacionada com a sua área. A Alemanha atingiu o estado da arte na área. No Brasil as iniciativas ainda são esparsas, mas há muitas possibilidades para a cooperação crescer. É necessário equilibrar o nivel e congregar reforços. Para ele, o fim do semestre explica a pequena presença dos professores da UFSC no curso.
Rafael Kamke, biólogo, vê a biônica com bons olhos porque a inspiração vem da natureza e a relação é valorizada. Espera que o curso seja o primeiro passo e que Brasil e Alemanha aumentem a cooperação que já é forte.
Para Claudia Centurión, da Universidad del Paraguay, a Biônica é uma ciência que abarca quase todos os campos e é interessante poder trabalhar numa equipe multidisciplinar. Esta área é importante não só para o Brasil, mas para toda a América Latina.
Para Lars, de Bonn , foi uma oportunidade de visitar o Brasil, conhecer pessoas tão simpáticas e se dar conta do grande potencial de cooperação com Santa Catarina que pode ser desenvolvido com ecologistas, biólogos, designers, engenheiros, entre outros profissionais.
Linda Kasprowiak, alemã, designer, produz livros para cegos. Para ela é interessante ver como as pessoas trabalham interdisciplinarmente e quantas coisas, por aqui, são feitas para cegos como as calçadas, painéis de elevadores, entre outros. Para Linda a natureza brasileira é inspiradora, já que se apresenta sob tantas e diferentes formas.
Rodrigo, da UFSC, faz mestrado em Engenharia, na área de biônica. Como o curso é exatamente seu campo foi muito interessante o intercâmbio. Pretende fazer sanduíche (parte do mestrado) na Alemanha.
Airton Rusche, do Departamento de Engenharia do Conhecimento, achou as aulas e as práticas interessantes, puderam fazer pinturas e trabalharam juntos , por exemplo: transformaram o peixe num peixe biônico.
Ricardo Schuch encerrou dizendo que as pessoas serão bem-vindas na Alemanha, assim como eles foram bem-vindos aqui, no Brasil e, conclamou: candidatem-se!
Por Alita Diana/jornalista da Agecom
Fotos: Rodolfo Conceição / Bolsista de Jornalismo na Agecom