Pós-Graduação na UFSC: Eles são os melhores
PÓS-GRADUAÇÃO NA UFSC
Eles são os melhores
Os cursos de Engenharia Mecânica, Química e Farmacologia obtiveram a nota máxima na avaliação da Capes

Keliana veio de Campina Grande, na Paraíba
Com o resultado, SC figura na quinta colocação entre os sete estados do país que possuem instituições de ensino com nota máxima em programas com os dois títulos de pós-graduação. O conceito tem atraído estudantes de várias regiões do Brasil. É o caso de Keliana, que em 2008 deixou Campina Grande, na Paraíba, para fazer o doutorado em Química da UFSC, em Florianópolis. São mais de 3,3 mil quilômetros de distância da terra natal.
– O peso no currículo é maior ao se estudar numa instituição que possui cursos de excelência. Na Química, especificamente, é importante ter contato com técnicas e equipamentos chamados de tecnologia de ponta e, no Brasil, ainda só é possível encontrar esse tipo de equipamento em universidades de conceitos elevados – informa a paraibana.
A avaliação é feita a cada três anos. Até a última (2004-2006), o programa de Química da UFSC era o único do Estado a ter nota máxima. Após a divulgação do desempenho entre 2007-2009, Farmacologia e Engenharia Mecânica passaram a fazer parte do grupo. O programa com maior número de alunos é também o mais antigo. O mestrado em Engenharia Mecânica foi criado em 1969. Em 1981, surgiu o doutorado. Até agora, 1.256 pessoas concluíram os cursos na UFSC. Hoje, são matriculados 217 no mestrado e 116 no doutorado.
De acordo com o professor Eduardo Alberto Fancello, coordenador do programa de pós-graduação em Engenharia Mecânica, vários fatores contribuíram para a conquista. Entre eles, a produção científica veiculada em periódicos de alto impacto em nível internacional e o corpo docente diversificado. Dos três campeões, o programa de Farmacologia é o mais recente e já formou 205 pessoas. O mestrado acadêmico foi implantado em 1991. Cinco anos depois surgiu o doutorado e, no ano passado, o mestrado profissional.
Para o coordenador Antonio de Pádua Carobrez, o programa é produtivo em termos de dados experimentais gerados e publicações em revistas internacionais. Além disso, oferece ações de solidariedade na formação de profissionais, dá suporte para a inserção nacional e internacional dos alunos e tem trabalhos apresentados em reuniões científicas.
Um curso no Estado obteve conceito abaixo do mínimo
Outras seis no Estado alcançaram a segunda melhor nota. Todos os programas também pertencem à UFSC: Ciência de Engenharia de Materiais, Direito, Engenharia Elétrica, Engenharia Química, Linguística e Recursos Genéticos Vegetais.
Entre os programas que só oferecem mestrado, a nota máxima é cinco. Neste quesito, SC possui duas instituições com conceitos de excelência e que também são campeãs: a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), com o programa de Turismo e Hotelaria, e a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), com Produção Vegetal. Dos 4.009 cursos – que compõem 2.718 programas de pós-graduação – analisados no Brasil, 85 (2,1%) não alcançaram a nota mínima, que é três.
Em SC, dos 112 programas analisados, apenas um ficou abaixo do conceito mínimo. A instituição não teve o nome divulgado.
Professores qualificados

Spinelli diz que estrutura física foi avaliada pelo MEC
– Mais da metade do nosso quadro tem formação no exterior. E 80% dos professores se dedicam exclusivamente ao programa. Temos orgulho da nossa situação – diz o coordenador.
Para ele, a dedicação exclusiva dos professores contribui diretamente no número de trabalhos publicados. Nos últimos seis anos, o programa alcançou a média anual de 4,2 artigos por professor, número maior que a média nacional, que é de 2,4.
Outro destaque é a proposta do programa, voltada à formação de profissionais para atuar em instituições de ensino superior. De acordo com Spinelli, a estrutura física também foi enfatizada na avaliação. São 40 salas individuais para professores e 40 laboratórios, além da parte administrativa e a Central de Análises.
O curso de mestrado em Química iniciou em 1971. Em março de 1988, foi criado o programa de pós em Química, com mestrado acadêmico e doutorado. Até agora foram diplomados 760 estudantes, sendo 516 mestres e 244 doutores.
Com nota azul e sem estrelinha
Joinville
Em Joinville os nove cursos de mestrado recomendados pela Capes estão com conceito regular. Eles ganharam notas que variam entre 3 e 4. Os índices são suficientes para manter o credenciamento no MEC, mas ainda não garantem aquele conceito máximo com estrelinha.
Três instituições e nove cursos da região Norte passaram pelo processo. A Capes analisou a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), a da Região de Joinville (Univille) e o Instituto Superior Tupy (IST), da Sociesc. A maior parte dos cursos foi criada recentemente, antes da última avaliação da Capes, em 2007.
O destaque da pós-graduação em Joinville, segundo o balanço, é a Udesc. O mestrado profissionalizante em engenharia elétrica subiu de nota 3 para 4, ficando entre os cinco melhores do país. O mestrado acadêmico em ciências dos materiais manteve a média 4. Para o diretor de pesquisa e pós-graduação, César Edil da Costa, a instituição está no caminho certo.
– Obtivemos boas notas e estamos investindo para melhorar ainda mais. Com conceito 4, podemos pensar na criação de um doutorado em elétrica, por exemplo – destaca.
O curso de Física conseguiu a mesma avaliação de 2007 – nota 3. No IST/Sociesc, os mestrados profissionalizantes em engenharia de produção e engenharia mecânica passaram pela primeira avaliação e ficaram com nota 3.
– Quando um curso inicia, ou ele não é aprovado, ou fica com nota 3. Por isso, para nós, trata se de um resultado normal. Não tivemos tempo suficiente para acumular resultados que nos garantissem um conceito mais alto – explica o diretor de pesquisa e extensão tecnológica, Edgar Augusto Lanzer.
Dos três mestrados avaliados na Univille, um preocupa: o de saúde e meio ambiente. Credenciado há dez anos, ele está com nota 3, a mesma de 2007, considerada baixa para cursos antigos, e conceito mínimo para manter o credenciamento.
MELISSA BULEGON – melissa.bulegon@diario.com.br