Livro “Travesti e a metáfora da modernidade” será lançado nesta quinta-feira

19/10/2010 10:20

Sandro: tempo de reflexão

Sandro: tempo de reflexão

Sandro Braga lança nesta quinta-feira (21/10) o livro o “Travesti e a metáfora da modernidade”, Ed. Unisul, 216 páginas. O lançamento acontece a partir das 18 horas no Hall do Bl. G da Unisul – Pedra Branca, Palhoça/SC. O autor é graduado em jornalismo (UFSC) e o livro é uma adaptação de sua tese de doutorado. “Não é um livro sobre o travesti, mas como essa subjetividade serve para representar todos nós homens e mulheres do mundo contemporâneo”, conta Braga. E acrescenta: “O travesti reflete e refrata o seu tempo e aqueles que nele vivem”.

Para o antropólogo do Laboratório de Etnografia Metropolitana do IFCS/UFRJ, que assina a apresentação do livro, Hélio Silva, a grande novidade do trabalho de Sandro Braga consiste em demonstrar que, neste “regime de inversão simbólica”, “o processo subjetivo do travesti” se faz pela “mudança de traje e ornamentos”, “mutação do corpo”, temas dos quais vários outros trabalhos se ocuparam com maior ou menor brilho, mas também por “uma complexa variação da linguagem de referência a si”, do que raros trataram, poucos se referiram e ninguém discorreu de forma tão ampla e precisa quanto Sandro, associando-a ao legado constituído e dialogando com a tradição ainda recente de estudos sobre o tema.

Braga entende que “o travesti não está apenas se emoldurando numa plástica de vitrine, mas evocando e dramatizando o andamento desesperado e o ritmo frenético, que a sexualidade, a felicidade e o desejo instauram e impõem a todas as facetas do contemporâneo. Isso nos leva a sentir que participamos da ação, lançados na corrente, arrastados, fora de controle, ao mesmo tempo confundidos e ameaçados pela impetuosa precipitação gerada pela nossa não-identidade, ou pela falta de sua certeza. Afinal, o que queremos, para onde queremos ir?”.

O professor de Filosofia da Lingüística Fábio Lopes da Silva (UFSC) comenta que o travesti, para Braga, é e continuará sendo um mistério. “Não se pense, entretanto, que, com seu gesto, Sandro Braga pretenda fazer do travesti um ser transcendente, inefável. O mistério do travesti é, a um só tempo, enigma radical e traço banal.” E sintetiza dizendo que o travesti é, sim, um mistério ambulante – mas nisso ele não difere de nenhum de nós.

Informações com Sandro Braga pelos fones 8404-3137 ou 3357-6300.