Iniciação científica qualifica ensino na UFSC

19/10/2010 08:42

Trabalhos de campo e laboratório fortalecem a graduação

Trabalhos de campo e laboratório fortalecem a graduação

Projetos de pesquisa ainda são sinônimos de preocupação e muito trabalho para os alunos de graduação. Lembram livros emprestados da Biblioteca Universitária, seleção de trechos de autores renomados, padronização da escrita acadêmica, horas em laboratórios e muitos e-mails trocados com orientadores para que o trabalho científico ganhe forma. Mas o fato é que a cada ano cresce o número de graduandos na UFSC que desenvolve pesquisas científicas em diversas áreas do conhecimento – a universidade tem 543 bolsistas e em 2011 serão 633. A vigésima edição do Seminário de Iniciação Científica da universidade reflete o investimento da instituição nesta área. Este ano, 763 trabalhos estão inscritos para apresentação em painéis e 54 serão apresentados de forma oral.

Pesquisa desde as primeiras fases

Entre as centenas de acadêmicos, avaliadores e interessados que vão passar pelo segundo andar do Centro de Cultura e Eventos, entre os dias 20 e 22 de outubro, Gislaine de Paula vai expor sua pesquisa na área do Direito. Agora na nona fase, a graduanda participa do universo científico desde o terceiro período de Direito. O convite veio de sua atual orientadora, Jeanine Philippi, quando a estudante frequentava o grupo de estudos sobre Teoria e Filosofia do Direito, do qual faz parte desde os tempos de caloura.

Da terceira fase até a nona, o contato com a pesquisa científica não parou mais. No dia 22, o estande 568 vai mostrar ao público o seu projeto “Jeitinho brasileiro: instrumentações da lei”, vertente que Gislaine estuda desde agosto de 2009. “A iniciação científica possibilita novas leituras do mundo. Entramos em contato com discursos diferentes”, defende a bolsista de BIPIC do CNPq. Para Gislaine, esse contato com outras idéias durante a produção de pesquisas não é restrito à academia e pode ajudar na prática profissional.

União da teoria com a prática

Adriane Costa e Rocha Ciaffone, estudante de Psicologia da UFSC, era uma entre muitos alunos que viam a pesquisa científica com preconceito. “Quando as pessoas entram na graduação, querem ir logo para a prática”, justifica. Entretanto, após o contato com professores que incentivavam a união da teoria com a prática, Adriane mudou sua opinião. “Uma coisa não limita a outra”. Ela desenvolve em conjunto com três colegas a pesquisa “Significações das ações afirmativas entre alunos do Pré-Vestibular da UFSC”, que vai ser apresentada no 20° Seminário de Iniciação Científica da universidade. O trabalho é exemplo de que pesquisa científica não precisa ficar só no papel. Adriane conversou com os alunos do cursinho sobre o que eles entendem por ações afirmativas e se sabem que têm o direito de prestar o vestibular da UFSC como cotistas.

Se na primeira fase a bolsista de extensão tinha dúvidas sobre a importância da pesquisa, atualmente, na quinta fase, a resposta sai sem hesitar: “Considero essencial para o aluno essa formação. A pesquisa nos capacita e nos dá mais discernimento das teorias”. Ela não é a única que acha isso nos corredores da Psicologia. “A maioria das pessoas considera a pesquisa importante para exercer uma melhor prática”.

Trabalhos em laboratórios e no campo

Em outro bairro de Florianópolis, Lucas Benedet confirma os benefícios da iniciação científica. O estudante cursa Agronomia, no Itacorubi, e fez parte do projeto que avalia o desempenho da adubação do solo com dejetos suínos, em plantação de milho e aveia. Assim como Adriane, Lucas foi a campo, literalmente. Os resultados do estudo com dejetos suínos são obtidos com experimentos realizados em uma propriedade particular no município de Braço do Norte. “A pesquisa é um forte instrumento de aprendizado para os graduandos. A partir dela os acadêmicos têm acesso ao conhecimento fora das salas de aula, desenvolvem o senso crítico e o poder de observação”.

Qualificação acadêmica e profissional

Outro benefício que a iniciação científica traz ao estudante é a aproximação com professores da universidade. “Através da pesquisa, estreitam-se as relações entre professores e acadêmicos, o que permite que a transmissão de conhecimentos e experiências seja mais fácil”, destaca Lucas, já na nona fase de Agronomia. É justamente esse contato um dos maiores ganhos da iniciação científica.

“A atividade dá oportunidade aos nossos jovens pesquisadores de terem contato direto e de desenvolverem projetos com professores de renome internacional e com alunos de mestrado e doutorado. Mesmo que esses estudantes não tenham interesse em continuar na vida acadêmica, com certeza serão profissionais muito mais qualificado do que aqueles que não tiveram uma experiência tão rica quanto a iniciação científica”, defende a Pró-Reitora de Pesquisa e Extensão, professora Débora Peres Menezes. Não é o caso de Gislaine, Lucas e Adriane. Todos os três universitários pretendem continuar a desenvolver pesquisas científicas na UFSC. Ponto para o currículo, para o mercado de trabalho e para o reconhecimento da universidade.

Mas informações sobre a iniciação científica na UFSC com a professora Débora Peres Menezes, pró-reitora de Pesquisa e Extensão, debora@reitoria.ufsc.br / (48) 3721-9716

Por Claudia Mebs Nunes / Bolsista de Jornalismo na Agecom

O Seminário de Iniciação Científica:

A vigésima edição do Seminário de Iniciação Científica da UFSC será realizado de quarta a sexta-feira, (20 a 22 de outubro), no piso superior do Centro de Cultura e Eventos. Durante os três dias, painéis apresetando os trabalhos dos estudantes serão expostos alternadamente, entre 15h e 18h. O primeiro dia é dedicado aos estudos no campo das Ciências da Vida; o segundo às Ciências Exatas e da Terra e no terceiro dia ocorre a mostra de Ciências Humanas e Sociais. As apresentações orais seguem a mesma organização por áreas.

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