´Pampulha ou a invenção do mar de Minas` será exibido na segunda-feira no auditório do Centro de Comunicação e Expressão
A Pós-Graduação em Literatura e o Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras convidam para a exibição do filme ´Pampulha ou a invenção do mar de Minas`. O encontro será realizado às 12 horas de segunda-feira, 18 de outubro, no auditório Henrique Fontes, do Centro de Comunicação e Expressão. A atividade integra o projeto de pesquisa em literatura ´Sincronias literárias`, que focaliza as interações entre as formas de arte.
O documentário aborda a criação do Conjunto da Pampulha, marco inicial da obra do arquiteto Oscar Niemeyer. Em 1940, Juscelino Kubitschek de Oliveira assume a prefeitura de Belo Horizonte, então uma cidade planejada de apenas 50 anos. O novo prefeito inicia o alargamento de avenidas e retoma um dileto sonho dos mineiros sem mar: a construção de uma represa. O desafio de dotar a orla da Lagoa da Pampulha com instalações modernas ele propõe ao jovem arquiteto Niemeyer.
No Rio de Janeiro, em cerimônia registrada pelo cineasta Humberto Mauro, o ministro Gustavo Capanema lançava a pedra fundamental para a edificação do Ministério da Educação e Cultura, cuja consecução ficou a cargo de equipe composta por Lúcio Costa, Niemeyer e outros, e contou com a consultoria do urbanista Le Corbusier. O projeto é concluído em 1947.
Mas a construção monumental e moderna que visava arrojadamente transformar a feição urbana no Brasil se concretiza antes disso com o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que prima pela leveza e inventividade das estruturas curvas, dos espaços abertos e vazados que integram a escultura de Alfredo Ceschiatti, José Pedrosa e Augusto Zamoyski, com os jardins do paisagista Burle Max e os afrescos de Cândido Portinari na Igreja São Francisco de Assis. Complementam a composição o Iate Clube, o Museu de Arte e a Casa do Baile. O resgate modernista de elementos coloniais confere a Pampulha relevância
artística internacional.
A inauguração aconteceu no final de 1942 e início de 1943 e contou com a presença do presidente Getúlio Vargas. A lagoa artificial, o “mar”, passou a ser a atração do lazer e dos esportes aquáticos da vida urbana diurna, enquanto a vida noturna social e cultural contava nos anos 40 com o cassino glamoroso (hoje Museu de Arte), palco de shows musicais e artísticos como não se vira antes nas Gerais.
Na BH dos anos 40, JK fundou a Escola Guignard (de artes plásticas) e construiu restaurantes populares. Sua ousadia ganha mais vulto com a polêmica Exposição de Arte Moderna de 1944. Através de depoimentos de intelectuais, entre outros de Silviano Santiago, Eneida Maria de Souza, Wander Melo Miranda – e preciosas cenas do arquivo histórico nacional, o documentário evidencia a arquitetura da Pampulha como expressão de
síntese da arte moderna brasileira.
Fonte: professora Maria Aparecida Barbosa / DLLE-Alemão e PGL
Mais informações:mabarbos@cce.ufsc.br
Serviço:
Filme: Pampulha ou a invenção do mar de Minas?
Roteirista e diretor: Oswaldo Caldeira; apresentação: Rodolfo Bottino;
Ano: 2005; duração: 73min.
Produção: Paula Martinez Mello e Oswaldo Caldeira Produções
Cinematográficas
Montagem: Paula Martinez Mello;
Fotografia e câmera: Antônio Penido e Antônio Luiz Mendes
Som direto: Aluísio Compasso.






























