Especial Pesquisa: UFSC lidera iniciativa para desenvolvimento de banco de dados sobre nutrição de peixes de cultivo

03/09/2010 09:38

Fotos: Projeto NutriAqua

Fotos: Projeto NutriAqua

Difundir as informações geradas pela pesquisa de forma acessível a produtores, técnicos e outros segmentos da cadeia produtiva relacionada ao cultivo de peixes. Esse é um dos objetivos do projeto NutriAqua, que tem apoio financeiro do Ministério da Pesca e Aquicultura. O projeto permitirá o desenvolvimento de um banco de dados sobre as exigências nutricionais e composição de alimentos, além de uma ferramenta específica para a formulação de rações para peixes. Os gastos com rações em aquicultura variam entre 30 e 60% do custo total de produção, podendo atingir até 85% em sistemas intensivos.

Pesquisadores de oito universidades e duas instituições de pesquisa, além de representantes da indústria de rações e do Ministério da Pesca e Aquicultura participam da iniciativa. O trabalho é liderado pela professora Débora M. Fracalossi, do Departamento de Aquicultura, Centro de Ciências Agrárias da UFSC, e pelo professor José Eurico P. Cyrino, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ligada à Universidade de São Paulo.

O trabalho prevê também a elaboração de uma publicação que disponibilizará informações sobre exigências nutricionais, tabelas de composição de ingredientes comumente utilizados em rações para peixes, entre outras informações sobre nutrição e alimentação.

Desafios

Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) indicam que a produção de rações aquáticas é uma das indústrias da agropecuária de mais rápida expansão no mundo, com taxas de crescimento anual superiores a 30% ao ano. No entanto, a otimização na formulação de rações depende da determinação precisa das exigências nutricionais para as diferentes fases de desenvolvimento, aliada ao conhecimento sobre a utilização dos nutrientes no alimento. Estas informações são geradas pela pesquisa, mas são divulgadas em artigos científicos, de circulação restrita ao meio acadêmico e muitas vezes de difícil interpretação prática entre produtores.

Além disso, na aquicultura, as publicações que compilam as exigências nutricionais são escassas. “O National Research Council”, Estados Unidos da América, foi responsável pela publicação de boletins em 1981, 1983 e 1993, onde estas informações foram disponibilizadas de forma organizada e em linguagem acessível. Alguns livros também contêm dados de forma organizada, mas eles estão desatualizados e não incluem muitas das espécies criadas no Brasil”, explica a professora Débora M. Fracalossi.

De acordo com a supervisora do Laboratório de Nutrição de Organismos Aquáticos, em outras áreas da produção animal, como suinocultura e avicultura (o Brasil destaca-se como um dos maiores exportadores mundiais de carne congelada de frango), dados sobre as exigências nutricionais e composição dos alimentos utilizados na fabricação de rações estão sumarizados nas Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos, que têm publicação periódica.

“O desenvolvimento da plataforma NutriAqua vai proporcionar o ordenamento das informações até hoje geradas pela pesquisa sobre as exigências nutricionais das espécies de interesse para a aquicultura brasileira. Além disso, por meio de uma publicação estas informações serão disponibilizadas de forma acessível para os diferentes elos da cadeia produtiva”, explica.

“Um ganho paralelo importante com a criação da plataforma será a definição de áreas que necessitam ser investigadas para preencher lacunas sobre as exigências de cada espécie, o que permitirá melhor direcionamento dos investimentos governamentais em pesquisa na área, entre outros benefícios”, complementa a professora.

Em sua opinião, o Brasil está muito aquém do seu potencial de cultivo de peixes. “Com clima favorável para aquicultura e água em abundância, tanto em reservatórios como na imensa costa, pode-se dizer que é a aquicultura é um “gigante adormecido”, alerta.

Mais informações no site da Plataforma Nutriaqua (www.nutriaqua.com.br a partir de 15 de Setembro) ou com a professora Débora Machado Fracalossi / fone (48) 3389-5216 / E-mail: deboraf@cca.ufsc.br

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

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