Começa nesta quarta, 29/9, o Simpósio Internacional de Literatura Argentina
Em comemoração aos 200 anos da independência da Argentina, o Núcleo Juan Carlos Onetti de Estudos Literários Latino-Ameticanos, do Centro de Comunicação e Expressão (CCE), realiza o Simpósio Internacional de Literatura Argentina. Além do simpósio (29/09 a 01/10), o evento oferece uma mostra de fotografia (29/09 a 06/10) e o Colóquio Internacional Tempo e Movimento (04 a 06/10).
De acordo com um dos organizadores do evento, o professor do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas da UFSC Raul Antelo, “o objetivo do encontro é refletir sobre as relações entre os dois países, partindo do pressuposto de que a relação entre o Brasil e Argentina nunca é espontânea, mas uma trabalhosa construção simbólica”.
Antelo diz que a ideia é rearmar o puzzle (quebra-cabeça) do país andino. “Dessa jornada participarão desde um crítico pioneiro do estruturalismo na América Latina, como Noé Jitrik, até os mais jovens, como Gonzalo Agilar e Daniel Link”, completa o professor.
Mais informações sobre o evento basta acessar os sites www.onetti.cce.ufsc.br/simposio e simposioliteraturaargentinaufsc.blogspot.com.
Evento teve início com mostra cinematográfica
Apuntes para una biografia imaginaria (2010), de Edgardo Cozarinsky, foi um dos filmes exibidos na Mostra de Cinema Argentino Tradição e Anomalia – o primeiro dos quatro eventos que integram o Simpósio.
O média-metragem foi um dos escolhidos pelo fato que o cineasta que o produziu é, também, autor da obra. “Cozarinsky é uma figura que permite a ligação entre cinema e literatura de uma maneira muito pertinente. Ele faz a relação entre as artes e isso é exemplar em um evento que mescla a escrita com a imagem em movimento”, explica Jair Fonseca, professor de literatura da UFSC.
A comunidade universitária já teve oportunidade de ter contato com Cozarisnky. O cineasta veio à UFSC para participar do ciclo O pensamento no século XXI, promovido pela Secretaria de Cultura e Arte em julho desse ano. A estética do autor tem a importância de criar cinema no paradoxo contemporâneo de fazer a arte do novo e do arquivo. Seu trabalho revela a imagem no sentido de movimento da memória, do presente e da história.
A mostra, que começou na segunda-feira (20/09) e terminou na sexta-feira (24/09) teve 23 filmes em sua programação. O objetivo era colocar ao alcance do público principalmente universitário (embora as exibições sejam abertas a todos) filmes raros, que não tiveram sucesso comercial ou divulgação na mídia. As obras ajudam a contar a história do cinema argentino desde 1940. “É uma excelente maneira de aproximar Brasil e Argentina, já que somos tão próximos e tão distantes ao mesmo tempo”, explica Fonseca.
Por Murilo Bomfim/ Bolsista de Jornalismo na Agecom