Atlas Ambiental da Bacia do Rio Araranguá será lançado na segunda-feira
Dados do IBGE mostram que a área explorada com rizicultura na Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá passou de 25 mil hectares em 1980 para 58 mil em 2004. Nesse período, a produtividade passou de 2,8 toneladas por hectare para 8,7 toneladas por hectare.
A expansão da rizicultura foi estimulada por um pacote tecnológico complexo e “fechado”, sem contemplar possibilidades de alteração nas tarefas mecânicas, nos tipos de dosagem dos insumos. Nessa sistemática, o aplainamento do terreno favorece a impermeabilização e impede que outros cultivos sejam explorados na entressafra. O solo fica exposto na maior parte do ano, o que facilita o transporte de material para os rios nas chuvas intensas. Agrotóxicos e fertilizantes são aplicados em grande quantidade, o cultivo exige grandes volumes de água.
O carvão que propiciou a transformação de Criciúma em um importante pólo regional é outro conflito ambiental na região da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá. Sua exploração traz sérias consequências para a saúde pública, especialmente para trabalhadores da mineração, justificando a classificação da região carbonífera de Santa Catarina como uma das 14 áreas mais críticas do país em termos de poluição ambiental.
Estes impactos estão entre os assuntos abordados no Atlas Ambiental da Bacia do Rio Araranguá, publicação que será lançada na segunda-feira, 16 de agosto, nas cidades de Araranguá e Criciúma. A apresentação acontece às 9h30min no campus da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), em Criciúma. Em Araranguá o lançamento será realizado às 14h30min, no auditório Célia Belizário.
“É um conjunto de informações que pretende servir como subsídio para todos os interessados na complexa tarefa de informar, sensibilizar e formar os cidadãos da bacia para a gestão sustentável da água e do meio ambiente”, destaca o coordenador geral da publicação, o professor do Departamento de Geociências da UFSC, Luiz Fernando Scheibe.
Em 64 páginas ricamente ilustradas com fotos, ilustrações, mapas e gráficos, o atlas aborda temas como a formação da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, seus subsistemas, clima, vegetação, águas superficiais e subterrâneas. Além disso, traz textos que discutem o uso da terra, a agricultura, os ciclos produtivos na região – caso da rizicultura e carvão, contemplados em capítulos especiais.
“Somente uma visão integradora da dinâmica de todos os processos físicos e socioeconômicos atuantes na bacia pode levar a uma participação efetiva comunitária, que não privilegie os problemas particulares de cada um, mas que com base no conhecimento busque soluções compartilhadas e solidárias, compatíveis com a melhor qualidade de vida par a todos”, destacam os organizadores, Luiz Fernando Scheibe, Maria Dolores Buss e Sandra Maria de Arruda Furtado.
Publicado pela Editora Cidade Futura, o atlas é resultado de pesquisas realizadas por professores e estudantes da UFSC, em parceria com a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), com apoio do CNPq, Capes e antiga Funcite (hoje Fapesc). A sistematização dos dados oferece informação técnica e científica para orientar processos de tomada de decisão por parte de gestores e da população, em processos participativos como os Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas.
Ao final, o atlas traz uma relação das principais publicações relacionadas à bacia, com referências de livros, capítulos, artigos em periódicos científicos, artigos publicados em eventos, teses, dissertações e trabalhos de conclusão de curso
“Preparada com o intuito inicial de servir de subsídio para a gestão da água, a obra atinge e extrapola esse objetivo, vindo a constituir-se num verdadeiro compêndio de geografia, uma ferramenta preciosa para o estudo da realidade ambiental de uma da mais complexas e problemáticas bacias hidrográficas de nosso estado” destaca o presidente da Fapesc, Antônio Diomário de Queiroz.
O lançamento é uma promoção da UFSC, por meio de seu Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), Departamento de Geociências, Laboratório de Análise Ambiental, Laboratório de Geoprocessamento e Núcleo Cidadhis (Departamento de Arquitetura e Urbanismo).
Mais informações com o professor Scheibe: (48) 3721-8813 / scheibe@cfh.ufsc.br
Lançamento:
Data: 16/08/2010
Horários e Locais:
– 9h30min – Criciúma – Campus da Unesc – Bloco P, S.19
– 14h30min – Araranguá – Auditório Célia Belizária (centro).
Por Arley Reis / Jornalista da Agecom



























