Copa do Mundo ajuda no trabalho da Clínica de Odontopediatria da UFSC
Em clima de Copa do Mundo, a clínica de Odontopediatria da UFSC decorou seu espaço e na terça-feira (29/6) atendeu as crianças com bandeiras do Brasil e enfeites verdes e amarelos. Todo o semestre, em uma das aulas desta disciplina da 8ª fase do Curso de Odontologia, o ambiente é enfeitado. No segundo semestre, em geral essa dinâmica acontece na semana do dia das crianças.
Os atendimentos são gratuitos e ocorrem nas terças e quartas-feiras, de 13h30min a 17h. São feitas, em média, 90 consultas por dia – sempre agendadas – mas também há o setor de urgência. Na clínica os tratamentos variam entre profilaxia, extração de dentes, tratamento de canal e até cirurgias. As consultas são feitas em duplas e orientadas por seis professores e uma psicóloga. “Ter uma psicóloga aqui é o nosso diferencial”, afirma a professora Joeci de Oliveira.
“Até essa fase os alunos nunca tiveram contato com crianças e não sabem como começar. Há crianças hiperativas, outras estão com medo. Ás vezes, os próprios alunos têm mais que elas”, explica a psicóloga Rosa Maria Areal. Para acabar com o medo dos pacientes, a psicóloga orienta os alunos e ensina técnicas de relaxamento, como brincadeiras, técnicas de respiração, como contar histórias e um trabalho com um álbum de fotos que ajuda as crianças a entenderem melhor o que é cada tratamento.
“A consciência corporal é muito importante. Muitas crianças não sabem o que têm na boca. Nós usamos espelhos e luz para que elas conheçam e tenham mais noção desta parte do corpo, e consequentemente percam o medo”, afirma Areal. Também são utilizadas técnicas de remoção de hábitos – parar de chupar o dedo, chupeta e o uso da mamadeira.
O trabalho com crianças pode ser bastante complicado. Em alguns casos, além do medo da criança, há a insegurança da mãe. “Uma criança fácil é como um adulto. É a criança difícil que ensina a gente de verdade. Sem essa experiência aqui, você não conseguiria atender lá fora”, afirma a estudante Ângela Giacomin.
O estudante Milton Cougo acredita que para trabalhar com odontopediatria é preciso realmente gostar. A situação clínica e emocional é muito difícil, em sua opinião. “Houve um caso em que a criança não parava de gritar e não foi possível realizar o tratamento de canal”, lembra.
Larissa Valente, uma das pacientes da terça-feira passada (29/6), foi extrair o dente. A pequena paciente já foi atendida pela clínica pelo menos cinco vezes. “Eu estou sempre calma, mas hoje fiquei nervosa para tirar o dente. Eles me contaram uma história e a anestesia nem doeu”, contou Larissa. Sua mãe, Elaine Cristina Valente, que tem mais duas filhas, se sente beneficiada pelo serviço. Os alunos também aprovam a experiência: “É muito gratificante chegar ao final do semestre e ver todo o aprendizado e superação”, diz Cougo.
Mais informações pelo telefone (48) 3721-9532.
Por Fernanda Burigo / Bolsista de Jornalismo na Agecom
Fotos: Maria Luiza Gil