Professor da UFSC expõe poemas no centro de Florianópolis

09/06/2010 12:26

O professor Marcos Laffin, do Departamento de Ciências Contábeis e ex-pró-reitor de Ensino de Graduação, expõe até o dia 30 de junho alguns de seus poemas publicados no livro ´tempo dentro do tempo` (EdUFSC, 2009). A exposição, que também leva o nome da obra, tem espaço nas Livrarias Catarinense, no centro de Florianópolis.

Sobre o evento, o autor explica que “os poemas para esta exposição foram construídos pela palavra não domesticada pelo tempo, por palavras resultantes das experiências humanas, experiências essas que se alteram no tempo e dialogam em movimentos plurais. Nesse entendimento, a leitura do mundo, das experiências humanas, é um trabalho que pode resultar em um leitor historicizado e questionador e que dinamiza no ato de ler outras experiências constituídas e constituintes da própria condição humana”.

Sua relação com as palavras, mais especificamente com os poemas, pode ser descrita a partir de extremos que se complementam. “A condição do poema é sempre antagônica entre ser eterno e ser efêmero. O poema é efêmero porque depois de lido e de ter produzido sentidos e significados deve ser dinâmico para se transformar dentro do leitor e nesse movimento colaborar para a constituição de um outro leitor. No entanto, essa condição efêmera do poema é o que constitui sua condição de perenidade, porque depois de lido, de internalizado, deve desfazer-se no sujeito leitor”.

Informações com o autor: (48) 3721-9383 ou laffin@mbox1.ufsc.br

Sobre o autor, por Beatriz Helena Dal Molin, professora de Linguística e Mídia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)

Para Marcos Laffin

Li o seu rosto nas palavras do seu livro na noite do lançamento do tempo dentro do tempo. Isso bastou para que eu entendesse o poeta maior que vive neste homem esguio e ágil, em seu modo de ser e de falar. Li os poemas de Laffin nas palavras que condensam o entusiasmo e a crença no ser humano. Li o cotidiano que é contraditório se refazer em possibilidades na poesia que escorre e se funde no homem-menino.

Laffin é um fluxo que se estende na tessitura de suas palavras em sinfonia que obedece a um diapasão único, especial, singular.

Seus poemas têm rostidade “sou madalena suburbana não te enganes”, apresenta-nos uma profusão de visões: “na minha cidade o vento passeia de mãos dadas com as folhas”, “o rio fez-me sangue, brotei aldeia emparedada, asas em flagelo”.

Laffin convoca-nos a ouvir melodias especiais sons únicos “mãos em açoite, miradas de carícias, desfia o tempo nu”. Pode-se dizer que ao ler seu tempo dentro do tempo estamos em sintonia com uma música e uma pintura próprias de sua escrita com efeitos de cores e de sonoridades que se elevam acima das palavras.

Obrigada, Laffin por este convite à travessia de vida que perpassa o vivível e o vivido. Continue brindando-nos com o tom de sua voz espalhada em versos que acariciam nossas almas ávidas de sons, cores, companhia e, de pão de poesia.

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