Grupo de Gestão Interdisciplinar está em fase de implantação
Os coordenadores dos cursos de graduação e pós-graduação que têm conteúdos e objetivos interdisciplinares se reuniram no último dia 21 de maio, sexta-feira, no Gabinete do Reitor para formar o Grupo de Gestão da Interdisciplinaridade (GGI). Eles foram convocados pelo reitor da UFSC, Alvaro Toubes Prata, a partir da solicitação do professor do Departamento de Sociologia e Ciência Política Hector Ricardo Leis, para a reunião constitutiva do grupo. O principal objetivo do GGI é desenvolver a integração entre áreas de estudo nos campos do ensino, pesquisa e extensão.
A ideia é formar um órgão autônomo para coordenar e incentivar a criação de atividades interdisciplinares desenvolvidas na UFSC. Ele pretende trabalhar em várias frentes, criando condições para melhor inserção desses cursos e programas na universidade, e promovendo atividades de integração como as Jornadas Interdisciplinares.
Estiveram na reunião os coordenadores dos cursos de Oceanografia, Relações Internacionais e de pós-graduação em Agroecossistemas, Ecologia, Educação Científica e Tecnológica, Enfermagem, Engenharia Ambiental, Engenharia e Gestão e conhecimento e Saúde Coletiva. Outros nomes serão propostos pelo GGI nos próximos encontros. Os cursos e programas de vocação interdisciplinar que não forem convocados poderão solicitar a sua participação no grupo.
Héctor Leis tem produção científica no ramo da Interdisciplinaridade nas Ciências Humanas. Justifica a iniciativa citando a forma como são coordenadas as ações interdisciplinares na universidade. “Existe hoje na UFSC uma densidade de atividades de caráter interdisciplinar que trabalham de forma isolada umas das outras”, explica. Para Hector, as universidades federais foram estruturadas para abrigar apenas cursos de graduação orientados pelo mercado de trabalho. A estrutura na época giraria em torno de departamentos disciplinares. “A abertura progressiva da ciência contemporânea para questões interdisciplinares teve um impacto direto dentro das universidades. A pesquisa ganhou importância no ambiente acadêmico”, explica.
Na UFSC, isso fez com que o número de cursos e programas com essas características se multiplicasse. Mas essa mudança não foi acompanhada de uma reforma estrutural, o que gera obstáculos aos professores que querem realizar projetos em parceria com outros departamentos. Hector diz que o Grupo de Gestão Interdisciplinar não tem respostas prontas para essa reforma, mas pode contribuir criando um novo consenso acadêmico onde a interdisciplinaridade tenha um papel reconhecido.
A implantação do GGI está acontecendo por etapas. Uma parte do trabalho, voltada ao fortalecimento dos cursos e programas interdisciplinares, vai funcionar de forma mais rápida. Já o trabalho orientado à integração e criação de novas atividades deverá ter uma evolução mais lenta. A próxima reunião será no dia 25 de junho, no Gabinete do Reitor.
Por Ingrid Fagundez/bolsista de Jornalismo na Agecom