Museu da UFSC busca diálogo entre pesquisadores e indígenas sobre exposição de objetos religiosos

12/05/2010 19:48

Fotos: Lucas Sampaio

Fotos: Lucas Sampaio

A discussão sobre o direito das comunidades indígenas de se posicionarem sobre a exposição pública em museus de elementos místicos, sagrados ou etnográficos da sua cultura mobiliza antropólogos e museólogos de todo o mundo. Em adesão a esse movimento internacional emergente, o Museu Universitário Professor Oswaldo Rodrigues Cabral, ligado à Secretaria de Cultura e Arte da UFSC, promove no dia 20 de maio a mesa-redonda “Retorno de coleções museológicas às comunidades de origem”. Um dos resultados dessa iniciativa será a formação de um banco de dados digital com as informações etnográficas coletadas pelos pesquisadores brancos que possa ser compartilhado e criticado pelas nações indígenas.

Com início às 15h, no Auditório do Museu Universitário, o encontro vai colocar lado a lado representantes da academia e da nação indígena para dialogar sobre condutas e procedimentos éticos devidos pelas instituições na apropriação dos elementos das culturas autóctones. Participam da mesa Hans Peder Behling, doutorando e mestre em Ciências da Linguagem pela Unisul e professor universitário dos cursos de Comunicação Social da Furb e Univali; Aldo Litaiff, doutor em Antropologia, pesquisador do Museu da UFSC e Leonardo Vera Tupã, representante da comunidade Guarani de Santa Catarina.

A iniciativa da comunidade acadêmica em busca do diálogo foi provocada pela consternação dos próprios índios, que no Canadá se queixaram ao governo da exposição de objetos de rituais sagrados e da interpretação atribuída a eles. Trata-se de respeitar o significado simbólico atribuído aos produtos culturais e entrar em acordo com os atores a quem pertencem sobre a decisão de expô-los ou não e de como expô-los, explica Litaiff, que até o final do ano publica o primeiro livro sobre mitologia Guarani, composto por narrativas colhidas durante dois anos em aldeias do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo.

Fonte: Raquel Wandelli, jornalista SeCArte/UFSC; Fones: 3721-9459 e 9911-0524, raquelwandelli@reitoria.ufsc.br