Pró-reitores discutem uso de redes para a disseminação do conhecimento

22/04/2010 14:19

A tecnologia a serviço da transmissão e disseminação do conhecimento foi o tema que permeou as quatro palestras da primeira mesa-redonda do Fórum de Pró-reitores de Pesquisa e Pós-graduação da Região Sul (Foprop Sul), aberto na manhã desta quinta-feira, dia 22, no hotel Praiatur, no bairro Ingleses, em Florianópolis. A programação se estende até o final da tarde de sexta-feira, com palestras, exposições e encontros que vão discutir diferentes assuntos relativos à pesquisa e à pós-graduação.

O professor Irineu Afonso Frey, do Departamento de Inovação Tecnológica da Pró-reitoria de Pesquisa e Extensão da UFSC, abriu a programação destacando a importância da valorização dos pesquisadores no interior das instituições, a começar pela mudança de atitude dos próprios profissionais da área. “Vejo um certo idealismo que inibe esses professores na hora de mostrar o resultado de seu trabalho”, afirmou.

Frey disse que a pesquisa aplicada deve ser conduzida de forma a produzir algum resultado, transformando a criação em riqueza. Ele também falou sobre a remuneração do trabalho do pesquisador, que pode se dar por meio de royalties ou da venda definitiva da patente.

Rede avançada – Édison Tadeu Lopes de Melo, do Núcleo de Processamento de Dados da UFSC, falou sobre “A nova RNP – Rede Avançada para a Educação e Pesquisa”. Mais de 400 organizações, entre universidades, escolas técnicas, centros de pesquisa e hospitais de ensino, já são usuárias da rede. Para 2010, diz ele, uma taxa de 10 gigabits deverá ser disponibilizada para todo o país, aumentando a cobertura e a velocidade na transmissão de dados.

Além da capacidade, o diferencial dessa rede é que dispõe de mais tecnologia. Ela também pretende ser uma plataforma de experimentação que atenda a 24 capitais – todas as que ficam abaixo do rio Amazonas. Melo também destacou que desde 2005 a RNP envolve mais de 20 instituições em Santa Catarina e que agora vai ser formada a rede metropolitana, abrangendo Florianópolis, São José e Palhoça. Em breve, ela vai contemplar cidades de outras regiões do Estado, com o apoio da Fapesc e do Ciasc.

Informações sobre o Portal Inovação foram repassadas aos presentes por Roberto Carlos dos Santos Pacheco, da PGEGC-UFSC e grupo Stela. O portal surgiu em 2004, a partir de convênio com o CNPq, permitindo o mapeamento de competências, da oferta e das demandas do setor empresarial. “Está sendo possível mostrar que o Brasil tem as melhores condições para prestar serviços a instituições nacionais e internacionais”, afirmou o professor.

Produção visível – A diretora da Biblioteca Universitária da UFSC, Narcisa Amboni, fechou a mesa-redonda falando dos repositórios institucionais como instrumentos para dar maior visibilidade à produção científica nas universidades. “Nosso grande desafio é aumentar o acesso ao conhecimento, da forma mais aberta e irrestrita possível”, disse ela, lembrando que esse tema vem sendo objeto de discussões em todo o mundo.

Narcisa também afirmou que a tendência global é a digitalização maciça da informação, mas esse projeto esbarra na limitação das redes. “A Capes investiu R$ 66 milhões para disponibilizar 25 mil títulos de periódicos”, ressaltou. De sua parte, a UFSC possui o segundo maior banco de teses do Brasil, caminhando para atingir plenamente as metas de preservar a produção científica da instituição, dar visibilidade ao trabalho dos pesquisadores e fomentar a captação de recursos para a pesquisa.

Por Paulo Clóvis Schmitz / Jornalista na Agecom