Núcleo de Estudos Açorianos traz palestra sobre emigração açoriana

15/04/2010 21:21

Na quinta-feira (15/04), o Núcleo de Estudos Açorianos (NEA) da Secretaria de Cultura e Arte (SecArte) da UFSC trouxe a Florianópolis a professora Maria João Dodman, para a palestra ´Os olhares femininos pela emigração açoriana: literatura e realidades norte-americanas`.

Natural de Ponta Delgada, em Açores, a doutora pela Universidade de Toronto desenvolveu seus estudos sobre a literatura ibérica e atualmente ensina cultura e literatura portuguesas, no Canadá. O encontro teve início às 15h30, no Centro de Cultura e Eventos.

A palestra enfocou a realidade de mulheres açorianas em países norte-americanos, especialmente no Canadá. Maria João ressaltou que a mulher é a responsável por manter as tradições açorianas, através de reuniões e festas. Nesse contexto de emigração, o homem teve dificuldade em integrar-se com os canadenses, e o fato de trabalharem com o mesmo grupo étnico prejudicou a socialização com as pessoas do país estrangeiro.

Perguntada sobre como a ocupação açoriana se manifesta no país norte-americano, a palestrante contou que as práticas da tradição são realizadas no dia-a-dia. “No Canadá, há uma identidade cultural muito peculiar dos açorianos. Eles cultivam couves nos jardins, e não flores”.

O papel da tradição também foi discutido pelos participantes e Maria João concluiu que os avós são fundamentais para o interesse dos descendentes açorianos. É a partir deles que os netos buscam a aproximação com a herança açoriana – experiência estudada e vivenciada pela palestrante, que viveu por muitos anos em Açores. Porém, se os avós foram educados no Canadá, não sentem a necessidade de passar a cultura açoriana para os netos.

Durante toda a conversa com Maria João, houve uma curiosidade dos participantes sobre a existência de semelhanças entre as mulheres açorianas de Florianópolis e do Canadá. A troca de experiências entre a palestrante e o público respondia a pergunta: algumas semelhanças existem, mas fusão de culturas com cada país habitado faz com que as tradições mantidas sejam diferentes.

Mais informações através do telefone de Manoela e Domingos: (48)9968-9055.

Por Claudia Mebs/ Bolsista de Jornalismo na Agecom

Fotos: Carolina Dantas/Bolsista de Jornalismo na Agecom