Tabajara Ruas é o convidado do primeiro Círculo de Leitura de 2010
O escritor, roteirista e diretor de cinema gaúcho Tabajara Ruas é a atração da primeira edição de 2010 do Círculo de Leitura de Florianópolis, evento que promove o debate de ideias em torno de livros, autores, preferências literárias e temas da cultura em geral, envolvendo um convidado e pessoas que trocam impressões sobre os mesmos assuntos, de forma descontraída. Ele vai falar de sua formação, de suas obras e de suas leituras às 18h desta quinta-feira, dia 25, na sala Harry Laus da Biblioteca Universitária da UFSC, no campus da Trindade.
Tabajara Ruas nasceu em Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, em 1942, e é um dos mais férteis e respeitados escritores do sul do Brasil na atualidade. Formado em Arquitetura, ele escreveu livros que estão entre os mais importantes da moderna ficção brasileira, como “Varões assinalados”, “Perseguição e cerco a Juvêncio Gutierrez”, “O amor de Pedro por João” e “Região submersa”. Não menos relevantes e conhecidos são “Netto perde sua alma” e “A cabeça de Gumercindo Silva”.
Também trabalha como publicitário e escreveu peças de teatro, mas foi no cinema que angariou um reconhecimento tão grande quanto o obtido na literatura. Para as telas, escreveu “O dia em que Dorival encarou a guarda” (1987), de Jorge Furtado e José Pedro Goulart, “Manhã” (1989), de Norberto Depizzolatti e Zeca Pires, e os longas-metragens “Kilas, o mau da fita” (1977), do cineasta português José Fonseca e Costa, e “Anahy de las Missiones” (1997), de Sérgio Silva. Participou ainda de filmes como “Concerto campestre”, “Oeste” (do catarinense Chico Faganello) e “Garibaldi in America”. Entre 2002 e 2003, foi consultor especial da Rede Globo para a produção da minissérie “A casa das sete mulheres”.
Atualmente, Tabajara Ruas – que fugiu do país, no início dos anos 70, para não ser preso pela ditadura, e morou no Uruguai, Chile, Argentina, Dinamarca, São Tomé e Príncipe e Portugal – vive entre Florianópolis e Porto Alegre.
Primeiras leituras – Sobre o começo de sua relação com os livros, ele diz que teve uma infância e adolescência povoada de livros na casa da família, “apesar da pobreza da classe média de cidade do interior”. Seus pais liam muito e se interessavam por cultura de modo geral. Nesse tempo, lia obras para adolescentes como os da coleção Terramarear, livros de aventuras de capa e espada, a coleção completa de Tarzan, Jules Verne e José de Alencar, com “O guarani” e “Ubirajara”.
Depois veio a fase de Érico Veríssimo, de outros autores rio-grandenses e de todas as demais vertentes da literatura. Além de Érico, se diz tributário de Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e Clarice Lispector. Do exterior, cita autores como Juan Carlos Onetti, Jorge Luis Borges, Ernest Hemingway e William Faulkner. Atualmente, além de ficção e poesia, lê História e ensaios sobre literatura. “No momento, releio Onetti”, destaca.
O Círculo – Criado pelo poeta Alcides Buss, o Círculo de Leitura é um projeto que permite ao convidado e aos presentes discutirem informalmente sobre os livros que estejam lendo, as leituras do passado e as influências de outros autores sobre o seu trabalho. Escritores e jornalistas como Salim Miguel, Oldemar Olsen Jr., Fábio Brüggemann, Inês Mafra, Mário Pereira, Maicon Tenfen, Cleber Teixeira, Dennis Radünz, Rubens da Cunha, Renato Tapado, Raimundo Caruso, Nei Duclós, Marco Vasques, Zahidé Muzart, João Carlos Mosimann e Mário Prata foram alguns dos participantes das etapas anteriores do projeto.
Contatos com Tabajara Ruas podem ser feitos pelo telefone (48) 3232-1663 ou pelo e-mail tabajara@wruas.com.br
Por Paulo Clóvis Schmitz/ Jornalista na Agecom