Jornalista colombiano vende 118 livros em conferência no CFH

26/03/2010 13:11

Calvo Ospina: terror na Colômbia...

Calvo Ospina: terror na Colômbia...

Lotou o auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) a conferência realizada quinta-feira, dia 25, pelo jornalista Hernando Calvo Ospina, do Le Monde Diplomatique, sobre o tema “Colômbia: a história, as guerrilhas e as bases dos Estados Unidos na Amazônia”. O evento foi organizado pelo CFH, Programa de Pós-Graduação em História (PPGH), Instituto de Estudos Latino-Americanos (Iela) e Núcleo de Estudo de História da América Latina (Nehal) da Universidade Federal de Santa Catarina. Na ocasião, foram vendidos 118 exemplares do livro “O terrorismo de Estado na Colômbia”, de autoria do jornalista, lançado no Brasil pela editora Insular.

De acordo com o professor Waldir José Rampinelli, do CFH, o evento foi marcante pelo número de volumes vendidos e porque prendeu a atenção do público – formado majoritariamente por estudantes – durante a manhã inteira. Proibido de voltar ao seu país após escrever a obra, o colombiano Hernando Ospina trabalha em Paris, onde continua denunciando o uso de forças paramilitares para exterminar opositores do regime do presidente Alvaro Uribe. “Essas forças têm o financiamento do narcotráfico e são responsáveis por um grande genocídio que o governo finge ignorar, porque não envolve diretamente o exército nacional”, conta o professor.

...é dissecado em livro recém-lançado no Brasil

...é dissecado em livro recém-lançado no Brasil

Sindicalistas, militantes de partidos de esquerda, padres ligados à Teologia da Libertação e juízes independentes vivem sob ameaça permanente na Colômbia, informa Rampinelli. “Os paramilitares contam com o apoio do governo”, reforça ele.

Na resenha que fez do livro “O terrorismo de Estado na Colômbia”, Rampinelli escreveu: “Os governos colombianos têm tornado as estatísticas horripilantes no que toca aos direitos humanos. Fazendo-se uma comparação macabra com as ditaduras de segurança nacional da América do Sul, chega-se a números espantosos: o terror de Estado na Colômbia, a partir de 1986, tem matado mais, a cada período presidencial de quatro anos, que todas as ditaduras militares regionais juntas no mesmo espaço de tempo. Por isso, a Colômbia não teve ditaduras militares, porque vive uma ‘ditadura perfeita’, ou seja, aquela que faz tudo o que as demais fazem e, no entanto, parece ser democrática”.

Fotos:Paulo Roberto Noronha/Agecom