Flora do campus da UFSC é identificada e mapeada

01/03/2010 16:40

Arecas, ipês roxos, palmeiras imperiais…

Quais são as espécies que compõem a flora do campus? Para identificar, localizar e mapear as mais de 300 diferentes espécies de plantas espalhadas pela UFSC, o professor Enio Luiz Pedrotti, atual secretário de Relações Institucionais e Internacionais da Universidade, engenheiro agrônomo e professor da disciplina de Plantas Ornamentais há quase 30 anos, propôs à administração da UFSC um singelo mas importante projeto. Auxiliado por dois bolsistas, Luiz Henrique Coelho e Ramon Felipe Scherer, foram levantadas e mapeadas todas as espécies do campus.

A proposta que integra o Projeto Campus Vivo é que as pessoas pudessem, além de identificar as plantas, relacioná-las com algum fator cultural ou memória afetiva. Isto possibilitará também maior aproveitamento didático para as plantas, uma vez nomeadas.

Optou-se por uma identificação que fosse a mais simples possível, já que não era necessário fazer uma comunicação científica.

Cada uma das 1.100 placas tem a logo da UFSC e os dizeres Universidade Federal de Santa Catarina – Projeto Campus Vivo e depois o nome comum da planta. Por exemplo: AREKA BAMBU e seu nome científico Dypsis lutenscens (sem citar a família à qual ela pertence ou quem a classificou). Depois há um mapa mundi dos continentes e um círculo identifica a região de origem.

A equipe do Sistema de Identidade Visual da UFSC (Agecom) executou a ideia do professor Enio Pedrotti. Foi sugerido o uso de concreto, exclusivamente pelo problema crônico da depredação que ocorre no campus. Placas de madeira, além de serem mais vulneráveis, têm uma vida útil menor, já que após cravadas no chão, em contato com o solo, têm apodrecimento rápido.

As placas estão fixadas em estruturas de concreto, pintadas da cor verde. Para sua colocação, considerou-se que há repetições de espécies em alguns canteiros e que a pessoa pode estabelecer relações entre elas. Por isso, nem todas levam identificação.

O professor Enio explicou que um grande problema para as plantas é o dano sistemático provocado pelas roçadeiras, fazendo com que elas fiquem sem a possibilidade de processar carboidratos (anelamento), se tornando nanicas e/ou morrendo. Ele chama atenção para o grande número de “bonsais” espalhados pelo campus, como a palmeira em frente à Reitoria.Visando amenizar a situação, já foi proposto que uma parte da grama não vá para a compostagem, mas que seja ser colocada em redor da muda para que esta não seja danificada pela máquina.

O levantamento levou em conta família, região de origem, número de plantas que há no campus daquela espécie. Foi usado o software do Google maps para se saber, por exemplo, quantas arecas há no campus e qual planta está localizada em tal lugar.

A professora Alina Gonçalves Santiago, do departamento de Arquitetura da UFSC e coordenadora do Projeto Campus Vivo, deu um “upgrade” no mapa produzido pelos bolsistas de Agronomia. Coordenou um grupo de alunos que transformou o mapa do campus, com auxílio do programa Autocad, tendo sido anotada a situação de cada planta: se está morta, se há perigo de cair algum galho, entre outras ocorrências.

Projeto Campus Vivo

O projeto Campus Vivo inclui os projetos Arborização do Campus e a Ciclovia Ecoeficiente. A identificação das plantas se entrelaça com o projeto de arborização e também com o traçado do caminho da ciclovia.

O projeto da ciclovia foi idealizado por um grupo interdisciplinar da UFSC que estuda a viabilidade desta alternativa de transporte de forma adequada e ecologicamente correta, interligando a universidade aos principais pontos de Florianópolis.

Para saber mais sobre a Ciclovia Ecoeficiente acesse o blog:

http://cicloviaecoeficiente.blogspot.com/

Por Alita Diana/jornalista da Agecom/UFSC