Na Mídia: casa que funciona com eletricidade dos raios solares vai a competição internacional

Imagem da equipe Casa Solar Flex
As outras quatro competições anteriores, as American Solar Decathlon, aconteceram nos Estados Unidos sob a organização do Departamento de Energia (DOE) norte-americano que também participa da organização do evento na Europa. Os objetivos das Decathlons são mostrar à sociedade que é possível morar com sustentabilidade, ampliar o conhecimento no campo da energia solar e formar profissionais neste tipo de tecnologia. A mostra competitiva é aberta ao público, inclusive com visitas ao interior das casas, o que colabora para a disseminação do uso da radiação solar para a produção de energia elétrica.
Será a primeira vez que uma equipe da América do Sul participa da Decathlon. Os desafios serão enormes. Como numa prova de decatlo no atletismo, os competidores têm que se submeter a 10 provas e a base que garante a não perda de pontos está na sustentabilidade da energia, capaz de prover toda a iluminação e o funcionamento de aparelhos eletrônicos dentro da casa, além de manter o conforto térmico com temperatura adequada. O projeto brasileiro está sendo elaborado há mais de um ano e leva em conta as necessidades e regras da prova.
“Recebemos o convite para a competição do professor José Manuel Páez Borrallo, vice-reitor da Universidade Politécnica de Madri, que esteve em agosto de 2008 na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O grupo de pesquisadores que estava presente representando as universidades resolveu formar um consórcio para somar as habilidades e dividir os custos”, explica o coordenador-geral do projeto, professor Adnei Melges de Andrade, vice-diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE), da Universidade de São Paulo (USP).
“Depois, ainda em 2008, elaboramos um concurso entre alunos de arquitetura das universidades brasileiras com o objetivo de ter uma casa autônoma, bonita, funcional e com características sustentáveis, capaz de ser instalada em diferentes tipos de clima brasileiro, do frio ao calor, seco e úmido, do Rio Grande do Sul ao Ceará”, conta Andrade. A ideia do grupo é que ela possa ser reproduzida possivelmente por uma empresa no futuro e destinada a ser instalada em locais isolados, como, por exemplo, na Amazônia. Seria destinada ao turismo sustentável para que a presença humana em determinado local não gere impacto ambiental.
No concurso foram apresentados 17 projetos, e um júri com três arquitetos brasileiros e dois espanhóis escolheram quatro. O primeiro e o terceiro lugares foram da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o segundo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Empatado em terceiro ficou um projeto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Os vencedores levaram à formação de uma equipe que, ao aproveitar as melhores características de cada um, elaborou o projeto final. Formou-se uma grande equipe interdisciplinar com mais de 100 pessoas entre alunos de graduação de arquitetura, a maior parte, engenharia, design, marketing e jornalismo, além de dois doutorandos em arquitetura e engenharia civil.
Os alunos pertencem às seis universidades que formam o Consórcio Brasil: USP, UFSC, Unicamp, UFRGS, UFRJ e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde eles têm a coordenação de um ou mais professores dessas unidades. A casa começa a ser construída neste mês de janeiro na Cidade Universitária em São Paulo, na área do IEE na USP, onde será executada a fase de montagem e testes. Em abril, ela vai ser desmontada e enviada de navio para a Espanha. Lá, no início de junho, serão 10 dias de montagem até a abertura da competição no dia 18.
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