Hospital Universitário realiza duas cirurgias oftalmológicas inéditas
Duas cirurgias oftalmológicas inéditas foram realizadas em 30 de dezembro de 2009, no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC), uma de transplante de córnea e a outra de catarata. Os pacientes já estão de alta médica e realizando acompanhamento ambulatorial.
Luiz Augusto da Silva, 32 anos, natural de Florianópolis, é portador de Cinatocone nas duas vistas, e usa óculos desde os 5 anos. Segundo o médico-cirugião Rodrigo Cavalheiro, esta enfermidade faz com que a córnea se torne pontiaguda como um cone. Quando isso ocorre, a miopia e o astigmatismo se tornam progressivos de tal forma que nem lente ou óculos podem corrigem o foco. A cirurgia foi feita em um olho. O outro deve ser operado em seis meses.
Por causa da doença, Silva disse que foi impedido de realizar várias atividades ao longo da vida, inclusive relacionadas ao trabalho. “O fato de eu usar óculos me impedia de conseguir determinados empregos”, relata. O vigilante observou que já havia pensado em se submeter ao transplante. Porém, relutou um pouco com medo de rejeição da córnea por parte do seu organismo. “Tive uma prima que sofreu rejeição após o transplante. Mesmo assim resolvi enfrentar, apesar da família ser contra”.
Antes da cirurgia, Silva só conseguia assistir televisão a uma distância de meio metro. Hoje já fica a três metros, sem grandes dificuldades. O oftalmologista Rodrigo Cavalheiro, que chefiou a equipe cirúrgica, demonstrou entusiasmo com a recuperação do paciente, e salientou que ela está muito acima do que normalmente se espera nesse tipo de tratamento.
A cirurgia de catarata foi feita no cearense Ivan Gomes da Silva, de 70 anos, pelo médico Eduardo Souza. Gomes da Silva usava dois graus e meio de lente, mas mesmo assim a doença impedia-o de ver claramente. “Com a cirurgia em uma das vistas, já tenho 70 por cento da visão”, comemora. A outra vista deve ser tratada em aproximadamente dois meses. Alfaiate de profissão, ele pensa em retomar a atividade brevemente.
Os pacientes têm sido acompanhados no ambulatório do HU mensalmente. Os procedimentos só foram possíveis pelo investimento de R$ 150 mil, que a Associação Amigos do HU (AAHU) fez para adquirir os equipamentos de última geração.
Mais informações com o médico Rodrigo Cavalheiro pelo telefone (48) 9117-3215.
José AntÔnio de Souza / Jornalista da Agecom