Estudantes da UFSC recebem menção especial na 17ª edição das Jornadas de Jovens Pesquisadores da AUGM

23/11/2009 11:12

Três alunos da UFSC foram distinguidos com menção especial nas XVII Jornadas de Jovens Pesquisadores da Associação de Universidades Grupo Montevideo (AUGM). Déborah Levitan, Leila Vieira e Vitor Batelochi receberam um certificado por seus trabalhos nas áreas temáticas arte, ensino e sociedade; engenharia agrícola e Mercosul e integração. “Esse certificado é importante porque é um reconhecimento do nosso trabalho e com certeza algo que cai contar muito na vida profissional”, considera Leila.

O evento foi realizado entre os dias 27 e 29 de outubro na Universidad Nacional de Entre Rios (UNER), em Concordia, na Argentina. Este ano 600 jovens participaram e apresentaram seus trabalhos, sendo que 33 deles eram da UFSC. As Jornadas são realizadas anualmente desde 1993, com a participação das 22 universidades membros da AUGM, e visam promover o relacionamento entre os jovens pesquisadores dos seis países (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) impulsionar seus trabalhos.

Oficinas criadoras

O trabalho ´Jovens, arte e o movimento de (re)criação das imagens de si`, de Déborah Levitan, estudante da oitava fase do Curso de Psicologia, problematizou a potencialidade de oficinas estético-criadoras para a transformação das imagens de jovens em situação de ausência e/ou negligência de seus direitos. Débora trabalhou com uma oficina de teatro e improvisação.

O projeto é fruto de uma pesquisa de iniciação científica iniciada no segundo semestre de 2007, orientado pela professora Andrea Zanella. No ano de 2008 começaram as análises e três artigos foram escritos até o ano de 2009 sobre essa temática. O projeto apresentado nas Jornadas de Jovens Pesquisadores foi uma síntese dos principais resultados.

Foram coletadas informações através de filmagens e entrevistas realizadas com um professor e cinco jovens, em dois momentos: no início e três meses após o seu término. Os resultados permitem compreender as relações e vozes sociais que participam no processo de constituição da imagem que as jovens participantes construíram delas. Mostraram também como são as relações entre juventude e cidade e como a arte pode promover caminhos e desafios diversos em relação ao (re)criar no exercício teatral.

Conservação da Araucária

Leila Vieira, estudante da sétima fase do Curso de Agronomia, recebeu menção especial pela melhor apresentação oral do trabalho inscrito na área de engenharia agrícola. Seu trabalho sobre efeito da adição exógena de poliaminas na histodiferenciação de culturas embriogênicas de Araucaria angustifolia foi desenvolvido entre 2007 e 2008 em uma bolsa de iniciação científica do edital do Prêmio Mérito Universitário, da Fapesc.

Trabalhos sobre embriogênese somática em Araucárias vêm sendo desenvolvidos há cerca de 15 anos no Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal, sob orientação do professor Miguel Pedro Guerra. A Araucária é uma espécie nativa da Mata Atlântica que está com menos de 2% da sua extensão original, classificada em perigo crítico de extinção. O método mais comum de conservação de espécies neste processo é o armazenamento de sementes. Porém com a Araucária isso não é possível, já que as sementes dela perdem a viabilidade depois de cerca de seis meses.

O trabalho de Leila visa o aperfeiçoamento de um protocolo para a conservação de uma espécie nativa da Mata Atlântica através da embriogênese somática. Essa técnica permite a multiplicação massal e clonal de espécies. Essas culturas podem ser armazenadas em nitrogênio líquido por tempo indeterminado, possibilitando a manutenção de bancos de germoplasma. O objetivo do trabalho foi aperfeiçoar esse meio de cultura com a adição de poliaminas, já que a regeneração de embriões vegetais de Araucária ainda não foram obtidas O que se observou foi uma melhora na polarização dos pro-embriões em dois dos tratamentos utilizados.

A menção especial recebida por Vitor Batelochi, estudante da nona fase do Curso de Ciências Econômicas, foi pela apresentação de seu banner na área Mercosul e Integração. Seu trabalho contextualiza duas iniciativas presentes hoje na América Latina de integração econômica por meio de reformulação de padrão cambial.

O objeto central da análise, refere-se a criação do Sistema Unificado de Compensação Regional (Sucre), formalizado e aprovado pela Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA).

O Sucre será a nova moeda comum para os países signatários da ALBA, para o comércio intrabloco, que entrará em vigor a partir de 2010. No artigo, Batelochi analisou também o Sistema de Modas Locais, uma iniciativa criada por Brasil e Argentina, que visa a utilização das respectivas moedas nacionais dos dois países para o comércio bilateral. O que se discute com estas reformas dos padrões cambiais é a utilização de mecanismo que permita que os países não fiquem a mercê de variações do valor de uma moeda de um terceiro país.

“Almejo contribuir para estas iniciativas cambiais, porque compartilho da crítica apresentada aos moldes atuais das finanças internacionais. Penso que esta discussão será cada vez mais intensa, especialmente depois dos efeitos transmitidos da crise dos EUA para os países mais vulneráveis, como são os países dependentes da América Latina”, afirma Batelochi. O estudante de Ciências Econômicas fez o trabalho sem orientador, e embora não tenha contribuído diretamente com seu trabalho, ele cita o professor Nildo Ouriques, que está orientando sua monografia.

Por Fernanda Burigo / Bolsista de Jornalismo na Agecom

Mais informações:

– Vitor – vbatelochi@hotmail.com

– Déborah – delevitan@gmail.com

– Leila – leilinhavieira@hotmail.com