Às vésperas de completar 101 anos morre o antropólogo Claude Lévi-Strauss
O antropólogo Claude Lévi-Strauss completou 100 anos em 2008. Nasceu em Bruxelas, Bélgica, em 28 de novembro, mas viveu quase toda sua vida na França. Faleceu na noite de sábado (31/10) para domingo (1º/11).
Também professor e filósofo, é considerado o pai da Antropologia Estrutural e um dos mais importantes intelectuais do século XX. Era doutor honoris causa por várias universidades do mundo, incluindo a USP, onde lecionou na década de 1930. Sua influência sobre a formação de antropólogos no mundo inteiro é incontestável.
Algumas obras
Um dos seus livros mais consagrados é Estruturas Elementares de Parentesco (1949), até hoje referência para estudos sobre família.Seu texto Raça e História (1952), encomendado pela Unesco (órgão da ONU), foi um libelo definitivo contra o racismo ao desmontar o conceito de raça e a idéia da superioridade de culturas humanas, questionando também a noção de progresso. Elucidou o conceito de etnocentrismo que mostra que o olhar sobre o outro, outras culturas, outras sociedades é construído, geralmente, a partir de nossos próprios valores.
A relação com o Brasil foi eternizada no livro Tristes Trópicos (1955), sobre a estadia no país entre 1935 e 1938, quando lecionou na recém-fundada USP, colaborando na sua implantação. No livro registra seu “batismo etnográfico” feito com os grupos indígenas da região centro-oeste como os Bororo, os Caduveo, os Nambikwara, os Tupi-Kawahib Nos anos 1990, publicou um importante depoimento sobre a cidade de São Paulo, tendo como base sua vivência ali nos 1930.
Atividades
Lévi-Strauss foi ligado à administração do CNRS (Centre Nacional de la Recherche Scientifique ) – Centro Nacional da Pesquisa Científica, fundado em 1939; à administração do Museu do Homem (Paris); ocupou cadeira na École Pratique des Hautes Études e no Collège de France. Foi um entusiasta e um dos grandes apoiadores do Museu de Quai de Branly (Paris), inaugurado em 2006 e que tem como chamada “o local onde as culturas dialogam”, reunindo um gigantesco acervo antropológico de coleções de todos os continentes e tendo recebido grande parte do acervo do Museu do Homem.
Fontes na UFSC: Departamento de Antropologia:
Tel: 3721-9364
Professores:
Marnio Teixeira Pinto: marnio.t.pinto@terra.com.br
Oscar Calávia Saes : occs@uol.com.br
Rafael José de Menezes Bastos: rafael@cfh.ufsc.br
Por Alita Diana/jornalista da Agecom