Acesso livre em debate no Seminário Repositórios Institucionais e Objetos Virtuais de Aprendizagem

05/11/2009 12:58

Eloy Rodrigues, da Universidade do Minho, Portugal, proferiu a primeira palestra do Seminário Repositórios Institucionais e Objetos Virtuais de Aprendizagem, na quarta, dia 4, no auditório Elke Hering, da BU. A mesa foi coordenada pela professora Lygia Café, do Departamento de Ciência da Informação, do CED/UFSC.

O pesquisador falou sobre “O movimento do acesso livre (open access) e os repositórios institucionais. a experiência do RepositorioUM (

http://repositorium.sdum.uminho.pt),da universidade do Minho, do qual é chefe desde 2003. É também o responsável pela promoção e divulgação do acesso livre ao conhecimento em Portugal e países lusófonos.

Eloy traçou um histórico desde o surgimento da escrita (10.000 anos), imprensa (500 anos), revistas científicas (340 anos), internet (40 anos), Web (18 anos) Open Archives Initiative (OAI)10 anos.

Falou sobre os paradigmas antigos que regiam as publicações de artigos em revistas científicas: fator de impacto da revista, mérito científico, editora que era responsável pela publicação do trabalho – sendo o artigo impresso o formato do registro/arquivo científico.

Passamos pela quebra de paradigmas: a disseminação efetiva da produção científica está, enfim, na mão dos autores, méritos mais ricos, mais profundos e mais abrangentes para avaliar as contribuições individuais dos autores e o formato digital será o formato oficial da ciência – já é em várias áreas científicas.

O que é acesso livre ou acesso aberto? É a disponibilização livre na internet de cópias gratuitas online de artigos científicos, revistos por pares ( peer-reviewed), comunicações em conferências, entre outras formas de disseminação do conhecimento.

No mundo há cerca de 25 mil revistas com cerca de 2,5 milhões de artigos publicados por ano, o acesso livre já atinge cerca de 18% deste universo.

O acesso livre não é aplicável a livros e publicações das quais os autores queiram obter renda ou textos não acadêmicos como notícias ou ficção.

Uma das vantagens do acesso livre é o maior impacto dos artigos, já que acesso limitado, na maioria das vezes, acaba por gerar impacto limitado, sendo que o pesquisador é avaliado, atualmente, pelas publicações e impacto dos trabalhos produzidos. Há um considerável aumento das citações de artigos publicados com acesso livre.

Atualmente há duas vias para o acesso livre: a ideal ou via dourada (golden road) : publicar os artigos em revistas de acesso livre, sempre que existam revistas adequadas para tal. Há também a via boa ou via verde ( green road) : publicar os restantes artigos nas revistas comerciais habituais, de assinatura, entre outras, o que corresponde aos 82% do universo de publicações. Mas há a possibilidade de colocação de autoarquivos em repositórios da própria instituição – atualmente são 150 no mundo.

Os Repositórios Institucionais são sistemas de informação que armazenam , preservam, divulgam e dão acesso livre à produção intelectual de comunidades universitárias.

O copyright não é um obstáculo ao desenvolvimento dos repositórios institucionais. Mais de 95% das revistas científicas permitem alguma forma de autoarquivo deposto em repositório.

Leia mais sobre o seminário em:

UFSC sedia evento que debate Repositórios Institucionais e Objetos Virtuais de Aprendizagem

Contatos de Eloy Rodrigues: eloy@sdum.um.pt

Por Alita Diana/jornalista da Agecom