Professores brasileiros e espanhóis participam do IV Simpósio Roa Bastos de Literatura na UFSC

07/10/2009 12:40

O Núcleo de Estudos de Literatura, Oralidade e Outras Linguagens (NELOOL) da UFSC realiza, nos dias 8 e 9 de outubro, o “IV Simpósio Roa Bastos de Literatura”, onde professores e pesquisadores de instituições do Brasil e da Espanha discutirão o tema “Imaginários Bélicos”.

O evento, organizado em parceria com a professora Carmen Luna Sélles da Universidad de Vigo (Espanha), será realizado no Prédio B do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da UFSC.

Em sua quarta edição, o simpósio concretiza contatos anteriores e conta com participações internacionais num projeto de pesquisa interinstitucional com a Universidad de Vigo e em trâmites com o Ministério de Cultura do Paraguai. “Aqui no Brasil, o Paraguai é uma incógnita e não se reconhece sua riqueza cultural. Neste sentido, o evento se propõe trazer à baila sua poesia, seu teatro e suas culturas indígenas, que não gostaríamos que fossem ‘condenadas’”, explica Alai Diniz, organizadora do evento.

As inscrições poderão ser feitas nos dias do simpósio, das 8h30min às 9h, no próprio local. Não serão cobradas taxas de inscrição e todo o público interessado está convidado e se inscrever e participar. Para aqueles que quiserem receber um certificado, será cobrada uma taxa de R$ 5,00. Durante os dois dias, das 8h às 19h40min, diversas mesas, conferências, exibições de documentários e performances serão realizados no Auditório Henrique Fontes e nas Salas Hassis, Adelmo e Drummond do CCE-B.

No primeiro dia, um dos destaques é a videoconferência “Autores del siglo de oro em la construcción del imaginário azañista” com o professor Manuel Angel Candelas da Universidad de Vigo, às 11h. No período da tarde, às 14h, está programada uma conferência com Susy Delgado, poeta, editora e assessora do Ministério da Cultura do Paraguai.

Durante toda manhã e tarde, a programação segue com mais mesas, performances e discussões sobre os imaginários bélicos. No dia 9, às11h, o professor Angel Rodriguez Gallardo, da Universidade do Vigo, falará em videoconferência sobre “Grafittis nos campos de concentración galegos: a pegada dos presos da guerra civil española” no Auditório Henrique Fontes.

A proposta é criar redes de transversalidade transatlântica para fustigar e contrapor-se à rigidez disciplinar e territorializada da cultura. “Há uma ousadia na busca de estudar a intermedialidade das manifestações culturais com os instrumentais da Teoria Literária. A guerra está na dificuldade que as artes cênicas têm de criar um público por isso o evento propicia o estudo da recepção teatral”, afirma Alai.

Para a organizadora, “a guerra se traduz nos romances, poemas, filmes que fazem do imaginário bélico uma obsessão da memória e da catástrofe que assola os sujeitos em um determinado período histórico. É do excesso de fala que não esconde o trauma e do silêncio que cala a história de vencidos, fugidos, omitidos e exilados, o que nos leva a refletir sobre a obra de Roa Bastos e de tantos outros escritores e dramaturgos que não podem ser entendidos na circunscrição de uma visão nacionalista da literatura”.

O artista paraguaio Augusto Roa Bastos (1917 – 2005) foi escritor, poeta, dramaturgo, jornalista e roteirista de cinema. Reconhecido em 1989 com o Prêmio Cervantes, importante premiação da língua espanhola, o artista tem sua obra traduzida em 25 idiomas. Entre as mais famosas, estão os livros Hijo de Hombre e Yo el Supremo.

Mais informações sobre o Simpósio pelo telefone 48 3721-6801 e pelo e-mail alai@cce.ufsc.br.

Por Natália Izidoro / Bolsista de Jornalismo na Agecom