Especial Pesquisa: UFSC estuda qualidade de vida da população idosa em Florianópolis

13/10/2009 09:01

Quais as condições de vida e de saúde dos idosos moradores de Florianópolis? Uma pesquisa realizada pela UFSC, com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), busca resposta a estas questões. O levantamento iniciou em setembro e prevê a realização de entrevistas com dois mil idosos da cidade, até o mês de dezembro.

O estudo de base populacional recebeu o título de EpiFloripa. De acordo com a professor Eleonora d’Orsi, do Departamento de Saúde Pública a UFSC, uma das coordenadoras do trabalho, a pesquisa leva em conta que as populações idosas apresentam alto índice de doenças crônicas, prevalência de incapacidades físicas e mentais.

“A maioria das pessoas em idades avançadas tem menos autonomia e independência quando se compara com jovens adultos. Este quadro de limitações de saúde, aliado ao isolamento social, expõe a população idosa à negligência e ao abuso”, lembra a professora. O estudo permitirá a verificação de como está esse cenário em Florianópolis.

O projeto é realizado na zona urbana da cidade, com coleta de dados envolvendo a população de 60 anos ou mais. De acordo com dados do IBGE, 11% da população da cidade (44.460 idosos) estão nesta faixa etária. Os domicílios que farão parte do levantamento foram sorteados.

Os moradores recebem cartas da Universidade, informando sobre a pesquisa e a chegada das entrevistadoras, que foram treinadas e vão a campo uniformizadas, com colete e crachá. “Pedimos a colaboração da população no sentido de receber a visita agendada da entrevistadora em seu domicílio e contribuir com o estudo”, destaca a professora.

A entrevista documenta condições sociais e econômicas, o estado cognitivo e a capacidade funcional, dieta e atividade física, qualidade de vida e segurança no bairro, problemas de saúde, uso dos serviços de saúde, uso de medicamentos e outros dados. O questionário tem ainda perguntas específicas sobre depressão, memória e quedas.

Cerca de 28 profissionais participam da coleta de informações. São, em sua maioria, fisioterapeutas, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas e formados em Educação Física.

Estudos paralelos

A pesquisa EpiFloripa contempla dois projetos simultâneos: um com idosos, coordenado pela professora Eleonora d`Orsi, e outro com adultos, coordenado pelo professor Marco Aurélio de Anselmo Peres, também do Departamento de Saúde Pública.

O estudo com adultos é direcionado a pessoas entre 20 e 59 anos. De acordo com a equipe conhecer como está a saúde da população é ação estratégica para o planejamento de políticas públicas e para orientar o direcionamento de recursos.

Segundo o professor Marco Aurélio, há uma mudança nos padrões de mortalidade da população. As principais doenças costumavam ser infecciosas e parasitarias. Hoje há prevalência daquelas de ordem crônica degenerativa, decorrentes de doenças cardíacas, vasculares cerebrais e câncer, diretamente ligadas a sedentarismo e hábitos alimentares. “Por esse motivo o estudo procura levantar os fatores associados à saúde da população, como alimentação e estilo de vida”, explica o professor.

Na UFSC o trabalho tem apoio do Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI).

Mais informações:

– Professora Eleonora d’Orsi / Fone 3721-9388/ 8823-1382 / e-mail: eleonora@ccs.ufsc.br

– Professor Marco Aurélio de Anselmo Peres / Fone 3721-9046 / e-mail: mperes@ccs.ufsc.br

– Professora Ângela Alvarez / NETI / 3721-9909 / 8824-0341 / e-mail: alvarez@ccs.ufsc.br

Por Arley Reis (Jornalista da Agecom) e Tifany Ródio (Bolsista de Jornalismo na Agecom)

Leia mais sobre estudos da UFSC no Especial Pesquisa