8ª Sepex: Biofiltro com casca de ostras é alternativa para esgotos e para os restos de cascas
O projeto do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, coordenado pelo Professor Luis Sérgio Philippi, estuda desde 2007 possíveis soluções para o tratamento dos efluentes.
“Nós sempre tentamos fazer o filtro com materiais inertes, que não reagem com o efluente, como tampa de garrafas pet e condutor de energia elétrica. Mas a pesquisa mostrou que a ostra é o melhor meio suporte, em todos os quesitos estudados. Além da densidade, peso e espessura a ostra não é inerte. Foi descoberto que ela reage com o efluente ajudando a manter o pH estável, bom para a sobrevivência dos microorganismos”, explica a bolsista Sandra Ramos.
E é a vida desses organismos que garante a limpeza dos resíduos que podem ser nocivos à saúde presentes nos esgotos. Isso porque as cascas permitem que o efluente e o ar fluam permanentemente. Assim os micróbios depositam-se na casca e o material que passar por ali vai se digerido, livrando a água da matéria orgânica que poluiria o local onde o esgoto fosse lançado.
“Os seres vivos junto com a matéria orgânica, lançados direto na água de rios, ou mar, causam sério danos ao ecossistema local. Os organismos se alimentam da matéria, se reproduzem e consomem todo o oxigênio da água. A água fica sem vida. Isso mata os peixes e contribui para o desequilíbrio ecológico. Um exemplo claro é o Rio Tietê”, mostra a estudante.
Outros problemas também provêm do lançamento de esgoto não tratado, como a eutrofização – desenvolvimento excessivo de algas pela disponibilidade de nutrientes – e a doença do bebê azul, causada pela existência de nitrato na água. Esta substância ingerida pelo ser humano, ao se alimentar de peixes, pode causar a doença caracterizada pela insuficiência de oxigênio do sangue, deixando a criança com a cor arroxeada.
O biofiltro quer ajudar na limpeza dos esgotos e também na solução da ostra como resíduo sólido, que até então é jogada no lixo ou lançada no mar. Santa Catarina é a maior produtora de ostras do Brasil e por isso, explica Sandra, o projeto busca apoio para sair do piloto. “São muitos resíduos sólidos que beneficiariam bastantes famílias do litoral e até de outras cidades do Estado. O biofiltro serve em uma casa de até sete pessoas, isso permitiria uma melhora na preservação do ambiente e da saúde dos seres vivos”.
Por Maria Luiza Gil / Bolsista de Jornalismo da Agecom