Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina faz 100 anos
Criado pelo presidente Nilo Peçanha, com a denominação de Escola de Aprendizes de Artífices de Santa Catarina, teve como seu primeiro diretor o professor José Cândido da Silva. Segundo o historiador Jali Meirinho (“Datas Históricas em Santa Catarina”), sua instalação deu-se em 1º de setembro de 1910. Funcionou na Rua Victor Konder até 1920, quando se transferiu para a bela construção da Rua Almirante Alvim, atual sede do Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (Badesc).
A partir de 1962, passou a ocupar amplas instalações na Avenida Mauro Ramos, também no centro da Capital. Ao longo de sua existência, recebeu sete denominações, culminando, em 29 de dezembro de 2008, com sua transformação de Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET/SC) para Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, por ato do presidente Luís Inácio Lula da Silva.
A história detalhada da instituição está contada no livro “Dos Aprendizes Artífices ao CEFET/SC”, escrito por seu professor de língua portuguesa, Alcides Vieira de Almeida.
O IFSC possui sete campi: Florianópolis, Florianópolis-Continente (onde funciona, também, a reitoria), Araranguá, Chapecó, Jaraguá do Sul, Joinville e São José, instalados em 47 mil metros quadrados de área construída. A direção da instituição assegura que “até 2010, o IFSC terá mais oito unidades de ensino e três pólos presenciais no Estado”. Em 2008, atendeu 6.678 matrículas em seus cursos de diferentes níveis: educação de jovens e adultos, ensino médio, ensino médio integrado ao técnico, técnico pós-ensino médio, superior de tecnologia, pós-graduação lato sensu e mestrado, além do ensino a distância.
É de se destacar o mestrado interinstitucional, desenvolvido em parceria com a conceituada Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Importante registrar que 94% dos seus alunos provêm de escolas públicas. Para desenvolver sua missão, conta com a dedicação qualificada de 580 docentes e 479 funcionários. A atual reitora da instituição é a professora Consuelo Aparecida Sielski Santos, que assumiu em 2004. Curiosamente, foi só em 1950 que se deu o ingresso de mulheres! Hoje, elas representam 33% do corpo discente. Milhares de jovens, de todas as regiões deste Estado, nele obtiveram, gratuitamente, sua capacitação profissional, tecnológica e para o exercício da cidadania. Para a grande maioria deles , o acesso à rede privada lhes era impeditivo.
Destacados nomes das artes, história, literatura, engenharia e política catarinense integraram seu corpo docente, como: Martinho de Haro, Franklin Cascaes, Glauco Rodrigues Corrêa, Doralécio Soares, Nereu do Valle Pereira, Nilo Jaques Dias, Cid Rocha Amaral, João Baptista Bonnassis, Waldir Busch, Theobaldo Costa Jamundá, Moacir Benvenutti, Sezefredo Blascke, Soni de Carvalho, José Tadeu Arante, Waléria Kulkamp Haeming, Juarez Pontes, João Cândido da Silva Muricy, Nilo Medeiros Santiago, Aldo Severiano de Oliveira, Antônio de Freitas Moura, René Abreu Pacheco, Álvaro Antunes Ramos, Gabriel Alencar de Azambuja, Jorge Pereira de La Roque, Frederico Guilherme Büedgens, George Wildi, Alfeu Hermenegildo, José Cândido da Silva, Antônio Henrique Bulcão Viana, Heitor Blum, Pedro Medeiros, Lício Mauro da Silveira, Sérgio Grando e tantos outros.
Deu suporte logístico à consolidação da Universidade Federal de Santa Catarina, liberando suas instalações para uso comum dos seus alunos. Para muitos acadêmicos, o restaurante universitário, que funcionou, na década de 60, na então Escola Técnica Federal, viabilizou sua permanência na Capital. (Quem não se recorda do atendimento sempre cortês que lhe prestavam os servidores João Correia, Içuriti Martins, Justino Avelino, Wilmar Bayestorff, Valmor e Lourival Alexandre?)
Ao incorporar, no seu plano pedagógico institucional e no seu modelo de gestão, as características da sociedade do conhecimento e da aprendizagem, o IFSC vem dando pronta resposta às demandas da Sociedade que o mantém.
O IFSC representa uma das instituições de ensino mais importantes deste Estado, onde vem atuando de forma inovadora e empreendedora, fiel à sua missão nos planos social, econômico e cultural. Pelo segundo ano consecutivo, obteve a maior pontuação na categoria “centro universitário” do Índice Geral de Cursos (IGC) do Ministério da Educação. Nada mais justo e gratificante, pois, do que comemorarmos seu centenário com o título de melhor centro universitário do país, referência no ensino tecnológico. Fica evidenciado, também, que aquele ensino público de qualidade, que todos aspiramos, é possível.
Por Ademar Arcângelo Cirimbelli / Professor aposentado da UFSC e presidente da Fundação de Apoio ao Estudante Catarinense (FAEC) – ONG.
E-mail: aacirimbelli@linhalivre.net