UFSC vai mostrar experiência do Departamento de Farmacologia na IX Jornada Paulista de Plantas Medicinais
Polo de destaque na área de ensaios pré-clínicos, no âmbito da universidade brasileira, o Departamento de Farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina detém hoje conhecimento onde se aliam pesquisa básica, aplicada, e um histórico de relacionamento com a indústria.
Com mais de 20 anos de trabalho em parceria com empresas, o professor titular João Batista Calixto é responsável pelo laboratório de farmacologia experimental do qual fazem parte cerca de 40 pessoas. Sua trajetória de pesquisador inclui o registro de 16 patentes, a maioria na área de plantas com ação bioativa, duas delas convertidas em produtos já no mercado.
Ele será o responsável pela conferência “Ensaios pré-clínicos com plantas medicinais”, programada para a IX Jornada Paulista de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que será realizada de 21 a 25 de setembro, no Instituto de Botânica, órgão da Secretaria do Meio Ambiente, do Estado de São Paulo
Na análise do pesquisador, o país vive um momento de evolução nesse campo, buscando contornar antigas limitações e se beneficiando de iniciativas governamentais que procuram dar impulso à interação da universidade com as empresas. Entre os componentes positivos relaciona a aprovação da lei de patentes, de 1996, como um “fator decisivo”. Aponta também a legislação que criou os medicamentos genéricos e a existência de marcos regulatórios mais sólidos, após a ANVISA. Assim como o estímulo dos Fundos Setoriais, a subvenção econômica por parte da FINEP, e os financiamentos do BNDES para projetos de desenvolvimento de novos fármacos.
Entre as limitações está o fato de os laboratórios das universidades, de forma geral, não contarem com a estrutura apropriada para atender as normas técnicas internacionais de controle de qualidade (boas práticas laboratoriais). Na fase de testes toxicológicos, em particular, a ausência dessas condições torna mais difícil a realização das pesquisas no Brasil, observa.
Outra grande limitação, no contexto, é a falta de animais para experimentação com a qualidade exigida para os testes, um gargalo que precisa ser vencido pelos laboratórios brasileiros.
Em um cenário onde a pesquisa demanda tempo – somente os testes de laboratório, que precedem os testes em seres humanos, levam de 2 a 5 anos – altos investimentos e um elevado componente de risco, João Batista Calixto considera que a melhor estratégia é o país concentrar-se em alguns nichos. Áreas onde já existe conhecimento acumulado, nas quais são maiores as chances de sucesso para viabilizar a fabricação de medicamentos.
Evento: IX Jornada Paulista de Plantas Medicinais
http://www.infobibos.com/jornada/
Data: 21 a 25 de setembro de 2009
Local: Instituto de Botânica de São Paulo
Fone: (11) 5073 6300 R-289/288 lmb@uol.com.br
Comunicação: Carlos Martins – 11 3081 7203 / divulga@martincom.com.br