Obra no Museu Universitário não paralisa as atividades

07/07/2009 15:12

O Museu Universitário da UFSC está de portas fechadas dede 2005, quando começou a reforma do espaço expositivo. Mas, mesmo de portas fechadas, ainda há muito o que fazer nele e por ele.

“O Museu é um centro de pesquisas e o resultado destas pesquisas é as exposições. As portas fechadas não indicam nada. O que dá a dinâmica ao museu é o bastidor, o que foi feito par chegar até lá e é isso que nós estamos fazendo”, explica Hermes Graipel Júnior, Diretor de Pesquisa.

Um novo Museu está sendo construído, no mesmo local do antigo, principalmente para oferecer acondicionamento adequado para o acervo, e, segundo Hermes, também haverá espaço para oferecer cursos, palestras e seminários para a comunidade. “Acreditamos que as obras estejam concluídas até o final do ano que vem. Estamos correndo atrás de recursos da iniciativa privada, e isso é difícil pois temos que elaborar projetos. Falta cerca de 1 milhão e 500 mil reais de recursos”, conta o diretor.

A reconstrução do saguão de exposições era necessária porque não havia controle de umidade, luminosidade, temperatura e pragas como cupim. As construções antigas eram da década de 70, era piso de madeira, janelas venezianas e telhado de amianto sem forro. “Era um galpão adaptado. Isso colocava em risco um acervo de peças de até 10 mil anos”. O acondicionamento adequado das peças é indispensável pela conservação do acervo de cerca de 40 mil peças, entre elas, tecidos, papéis, rochas, ossos, vidros e cerâmicas. Esta diversidade está relacionada à forma de aquisição do acervo, 90% dele é resultado de pesquisas executadas pelo corpo técnico-científico do museu.

Enquanto a obra não é concluída as exposições foram suspensas, mas os funcionários continuam recebendo pesquisadores, graduandos e pós-graduandos, pessoas interessadas em informações sobre o museu e seu acervo. “Os trabalhos de rotina continuam iguais. A exposição é parte final de todo um processo de pesquisa, elaboração de projeto, de planos museológicos. É preciso tirar a pesquisa do discurso científico e dar linguagem acessível a população antes de expor. O saguão pronto não significa que já pode expor, tem preparações prévias a fazer”, acrescenta Graipel. Outras funções que ainda estão sendo exercidas são a produção acadêmica, de publicações, catalogação, inventários, conservação e restauração do acervo, busca de recursos, contatos com outros museus e outros pesquisadores e contextualização de peças originadas de doação.

O Museu Universitário Oswaldo Rogrigues Cabral é um órgão ligado a Secretaria de Cultura e Arte (SECARTE) da UFSC. Além do acervo de Arqueologia Pré-Colonial e Histórica, e de Etnologia Indígena, é guardião da coleção “Professora Elizabeth Pavan Cascaes”, preservando o acervo do artista Franklin Joaquim Cascaes, constituído de mais de 2.700 peças – desenhos, manuscritos e esculturas que retratam o cotidiano, a religiosidade, lendas, mitos folguedos folclóricos e tradições dos primeiros colonizadores da Ilha de Santa Catarina.

Mais informações com Hermes Graipel pelo telefone 3721-9325.

Maria Luiza Gil / Bolsista de jornalismo da Agecom