Na mídia: Campus da UFSC em Joinville pode ter novo endereço
A UFSC pode jamais bater uma estaca no polêmico terreno da Curva do Arroz, em Joinville. A oferta de uma nova área, ainda na zona Sul da cidade, pode mudar o endereço da universidade.
A ideia foi levantada pelo governador Luiz Henrique da Silveira, na terça, dia 21, em uma reunião com a cúpula da UFSC e o prefeito Carlito Merss. E será discutida nesta sexta-feira na Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR).
“O terreno tem obstáculos. Se houver uma área adequada e sem impasses, admitimos a hipótese de mudar de endereço”, diz o diretor do campus, Acires Dias. Segundo ele, nas condições atuais, sem sequer ter acessos adequados, não há condições nem de começar a obra. O campus precisa estar pronto até o final de 2010.
A área útil do terreno foi o primeiro alerta. Cerca de 70% da área de 1,2 mil m2 alagam. Terraplanagem com matéria-prima do próprio terreno resolveria parte do problema. Mas seria preciso respeitar uma altura (cota) de 22 metros, suficiente para criar barreira de som em relação à BR-101.
“Já havia essas discussões. Mas pela primeira vez temos estudos completos, que nos permitem mensurar com critério o problema. Há soluções. Mas elas demandam investimentos relativamente altos que os governos precisariam fazer”, afirma Dias.
A UFSC já disse que o dinheiro do governo federal é apenas para a construção de prédios e algumas vias internas. Obras como o Eixo de Acesso Sul, por exemplo, teriam de ficar prontas logo.
Terraplanagem, pontes e outras obras chegariam a custar R$ 12,5 milhões, segundo a UFSC (veja detalhamento no quadro abaixo). É mais, por exemplo, que os R$ 9 milhões pagos pelo terreno – conta dividida pela Prefeitura e governo do Estado.
Os problemas do terreno são objeto até de ação do Ministério Público Federal (MPF). Os procuradores questionam os gastos excessivos para deixar a área em dia. “É dinheiro público, vem do contribuinte. É preciso zelar esta verba”, diz um dos autores da ação, Mário Sérgio Barbosa. O primeiro pedido foi negado pela Justiça, que ressaltou a “autonomia universitária” para tomar as decisões.
Fonte: Rodrigo Stüpp/ Jornal A Notícia edição de 22 de julho.