UFSC prioriza evolução qualitativa da pós-graduação

Química é uma das áreas que já alcançou excelência
“A correção de assimetrias e a evolução harmoniosa para patamares cada vez mais altos de qualidade está entre nossos desafios”, ressalta a Pró-Reitora de Pós-Graduação da UFSC, professora Maria Lúcia de Barros Camargo.
Avaliações
A pós-graduação brasileira é avaliada por comitês de área da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). Há um acompanhamento anual e uma avaliação trienal de todos os programas e cursos que integram o Sistema Nacional de Pós-Graduação. Os resultados desse processo são expressos em notas na escala de 1 a 7 (veja no infográfico).
A última avaliação trienal foi realizada em 2007 – e a UFSC ficou entre as 20 instituições melhor colocadas no ranking da pós-graduação. Entre os 50 programas da universidade avaliados na época, 75% receberam conceito 4 e 5, 10% ficaram com conceito 6 e 7. Os 15% restantes ficaram com nota 3. As pós-graduações em Direito, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Farmacologia, com conceitos 6, e Química, com conceito 7, representam a UFSC no Programa de Excelência Acadêmica (Proex).
Em 2008, incluindo as conceituações emitidas para as novas áreas (agora são 57 programas), a UFSC fica com um conceito médio de 4,35 – e computando apenas os doutorados, passa a 4,64. “Temos uma boa média em nível nacional, mas também temos bastante espaço para evoluir qualitativamente e nos colocamos a meta de atingir médias de avaliação mais próximas de 5”, informa a professora Maria Lúcia, que desde 2008 divide suas pesquisas no campo da teoria literária com o comando da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFSC.
Partida conceituada
Um dado importante é que a UFSC tem aprovado novos programas já com bons conceitos. Em 2009, por exemplo, inicia o doutorado em Estudos da Tradução com conceito 5. Os outros cursos recomendados em 2008, e que estão sendo implementados em 2009  –  Multicêntrico em Ciências Fisiológicas (Mestrado e Doutorado); Biologia Celular e do Desenvolvimento (M e D) e Saúde Pública (D) – iniciam com conceito 4. Os programas recomendados em 2007 e implementados em 2008 também nasceram acima do ponto de partida mínimo, que é a nota três: Administração (D); Bioquímica (M e D); Ciências Médicas (M e D) e Ecologia (M) foram implantados com nota 4. 
Visão institucional
Diante desse cenário, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação concentra esforços na elevação da qualidade de cursos que têm conceito três. Estão nesse patamar Agroecossistemas; Biologia Vegetal; Ciência da Computação; Engenharia de Produção; Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade; Ciência da Informação; Design e Expressão Gráfica; Jornalismo; Nutrição e Ciências Contábeis. 
Há também um olhar cuidadoso sobre as áreas que ainda apresentam assimetrias. É na de Sociais Aplicadas que se concentra o maior percentual de conceitos 3 – e também o maior número de programas apenas com cursos de mestrado -. À exceção da Pós-Graduação em Direito, que é programa de excelência, com conceito 6, a nota máxima nessa área é o 4.
Para trabalhar estes desafios, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação vem realizando reuniões periódicas com coordenadores, especialmente dos cursos nota 3, auxiliando nas auto-avaliações e estabelecimento de estratégias para elevar sua qualidade. Com autonomia para gerenciar parte dos recursos encaminhados pela Capes por meio do PROF (Programa de Fomento à Pós-Graduação), a pró-reitoria vem também priorizando apoio financeiro para os cursos que ainda não alcançaram patamares de excelência.
Autonomia
Esse aporte é possível em função de um sistema de pisos e tetos adotado pelo Comitê Gestor do PROF na UFSC, com o objetivo de propiciar um desenvolvimento mais harmonioso do sistema de pós-graduação. “É essa autonomia com relação aos investimentos que permite à UFSC fazer um planejamento institucional e ter condições de estabelecer metas para reduzir os cursos com nota três”, explica a pró-reitora. 
Além disso, em 2008, ano que marcou a mudança de gestão na UFSC, a área de pós-graduação passou por um diagnóstico, o que levou ao estabelecimento de metas de curto e médio prazo. Foi um momento de estabelecer prioridades. Resultado importante desse diagnóstico é o desenvolvimento de um sistema informatizado para controle financeiro do PROF.
“Hoje todos os coordenadores podem verificar constantemente seus orçamentos”, exemplifica a pró-reitora Maria Lúcia. O software para atender essa demanda foi desenvolvido pelo Núcleo de Processamento de Dados (NPD) e implantado em outubro do ano passado – e viabilizou o acompanhamento da execução financeira com transparência e confiabilidade pelos programas e pela pró-reitoria.
Controle informatizado
Agora analistas do NPD também trabalham no aperfeiçoamento do programa de controle acadêmico da pós-graduação (CAPG), que permite inscrições para os processos de seleção nos diversos campos oferecidos pela UFSC. Estender as funções gratificadas a coordenadores e chefes de expediente estão também entre as metas da pró-reitoria para valorizar as funções administrativas que estão à frente da pós-graduação. 
Criar doutorados junto aos cursos que só contam com mestrado, implantar programas interdisciplinares que atendam a novos perfis de formação e ampliar a internacionalização também fazem parte do planejamento institucional da UFSC – principal centro de pós-graduação de Santa Catarina -.
Saiba Mais:
Pós-Graduação Interinstitucional
Em áreas em que está consolidada, a UFSC colabora com a implantação da pós-graduação em outras instituições e em outros estados. É o caso do doutorado em enfermagem, oferecido pela UFSC em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do programa ´Acelera Amazônia`. O doutorado interinstitucional (Dinter) tem como meta viabilizar a formação de doutores fora dos grandes centros educacionais, em instituições com maior carência de recursos humanos. 
Em 2008 a UFSC ofereceu três cursos do tipo Dinter. Além da UFPA, com o CEFET-SC e associadas (Unochapecó, Unoesc e UnC), na área de Educação Científica e Tecnológica, com apoio Capes e Fapesc; em Lingüística, em parceria com a UFAM. Também participou de cursos do tipo Mestrado Interinstitucional (Minter): Educação Física, com a Unoesc; enfermagem com a Unochapecó, e de Engenharia Civil, com o Cefet/MG.
Mestrados Profissionais
Além disso, foi encerrado este ano o mestrado profissional em Engenharia Elétrica, em parceria com a WEG, e está em andamento o mestrado profissional em transporte, com o Instituto de Competências Empresariais – ICE/FIAT, em Engenharia Civil. Foi recomendado pela Capes, para início em 2009, o mestrado profissional em Farmacologia.
Por Arley Reis / Jornalista da Agecom
Fotos: Paulo Noronha / Agecom
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