Volkswagen Route 2009: palestra mostra a estudantes da UFSC qual o segredo do “cheirinho” de carro novo

12/05/2009 16:02

Quem é que não se sente satisfeito quando entra em um carro zero quilômetro e sente aquele cheirinho de novo? Proporcionar esse prazer é uma estratégia das montadoras, que realizam diversos estudos para estabelecer a medida certa para esse odor não causar desconforto. Foi sobre esse “perfume” e de como ele surge no veículo, que Maria de Lourdes Feitosa, da Volkswagen, falou em uma palestra na UFSC. O encontro fez parte da programação Volkswagen Route 2009, que esteve presente na Universidade Federal de Santa Catarina durante a semana de 4 a 8 de maio.

Maria de Lourdes lembrou que a produção de um veículo envolve muitas etapas. Montagem do chassi e do motor, freios e sistemas de segurança, parte elétrica e mecânica, e também a escolha de determinados materiais responsáveis pelo cheiro. Sim, há uma etapa da produção na qual são definidos que materiais serão ou não usados no interior do veículo, considerando o cheiro que produzem em uma temperatura determinada. O carpete, o forro, a borracha da porta, todas as peças que formam o interior, inclusive os tubos do sistema de ventilação, são submetidos a um teste: eles são cheirados, literalmente.

Cheirar é o trabalho de Maria de Lourdes. Formada em química pela Universidade de São Paulo (USP) ela trabalha há 11 anos como coordenadora de times na análise de laboratório para a Volkswagen, no Brasil e na Argentina. Possuidora de um olfato aguçado, foi treinada na Alemanha para distinguir odores dos materiais usados no carro. O trabalho dela e o de sua equipe consiste em queimar uma pequena amostra do produto, sentir o cheiro e memorizá-lo. Depois todos entram em um carro zero quilômetro, que está estacionado sob o sol, com uma temperatura interna de cerca de 60°Celsius. Assim buscam sentir quais cheiros podem gerar desconforto ao consumidor. Em uma escala que vai de 1, imperceptível, a 6, insuportável, o cheiro deve ficar em 2, perceptível sem incômodo.

A palestra deixou claro que há uma grande preocupação das montadoras de veículos quando a questão é o cheiro de carro novo. Acontece que o odor remete diretamente a uma lembrança ou a uma sensação que já é conhecida pelo cérebro. Por exemplo, os brasileiros gostam deste perfume porque o associam ao novo, ao fato de terem comprado algo, de possuírem algo recém-produzido, portanto é prazeroso. Mas, para a maioria dos europeus, esse mesmo cheiro remete a outra lembrança, a de produtos químicos. Logo, não gostam dessa sensação e quando menos sentirem, melhor.

Feitosa explica que é justamente porque o olfato estabelece uma ligação direta com o sistema nervoso humano que ele é tão importante. “Essa ligação não prevê o nosso controle, estamos sempre dando um cheiradinha”, brincou. Basta respirar para sentir o cheiro do ambiente e o associar a algo. Agora, se o cheiro é bom ou ruim, vai depender do que ele lembra.

A Volkswagen Route 2009 está rodando o país apresentando o Projeto 180 dias para mudar seu mundo, que objetiva associar a produção acadêmica com a política ambiental de ecoeficiência da companhia. Cada instituição pode inscrever até três projetos. Os alunos que elaborarem o melhor projeto aplicável poderão conhecer a cultura do automóvel nas cidades de Berlim e Wolfsburg, na Alemanha.

Mais informações sobre o Volkswagen Route 2009 pelo site www.vw.com.br/route ou pelo e-mail emmersonribeiro@hotmail.com.

Por Erich Casagrande/bolsista de Jornalismo na Agecom