UFSC busca relação transparente com auditores

01/04/2009 10:22

Prata (centro) coordena reunião com auditores...

Prata (centro) coordena reunião com auditores...

Na Sala dos Conselhos, onde pela manhã de ontem (31 de março) o Conselho Universitário aprovou o Relatório de Gestão de 2008, aconteceu à tarde uma reunião inédita no Serviço Público: uma conversa franca e aberta entre uma equipe de auditores da Controladoria Geral da União (CGU) e os pró-reitores, diretores de Centros, diretores administrativos e o reitor Alvaro Toubes Prata. A iniciativa foi elogiada pelos próprios auditores e considerada positiva pelos dirigentes, inclusive pelo representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) presente à reunião. Atuando de forma integrada com a Auditoria Interna da UFSC, a CGU permanecerá, de mala e cuia, durante dois meses na Instituição. (A auditoria hoje na universidade é permanente, quando não presencial, desenvolve-se a distância).

O reitor pensa que, com o diálogo, favoreceu a consciência da Administração em relação ao trabalho da CGU e permitiu, de quebra, que os auditores conhecessem melhor as especificidades da estrutura de funcionamento da Universidade. Os dois lados aproveitaram para dirimir dúvidas e concluíram que não se encontram em lados opostos. Tanto a UFSC como a Controladoria manifestaram-se comprometidas com o aperfeiçoamento do serviço prestado à sociedade. (Ou seja, a UFSC não é vilã nem a CGU é bicho-papão!).

Os auditores enalteceram a preocupação da UFSC com a ética e a transparência. Sublinharam que a iniciativa de conversar abertamente deveria ser uma prática a ser adotada por todos os órgãos públicos. A Auditoria da CGU promete trabalhar nesses dois meses de portas abertas. Lembra, contudo, que as informações precisam ser prestadas, que existem prazos e que, assim como a universidade, também presta contas ao Tribunal de Contas da União (TCU). A equipe sublinha que não basta ser honesto: “é preciso demonstrar claramente isso à sociedade”.

Diretores e pró-reitores, além de esclarecimentos, teceram algumas críticas a exageros e redundâncias inerentes às auditorias. A equipe reconheceu que “os auditores não são infalíveis” e interpretou as críticas como sendo construtivas. Os exemplos mostram-se ricos dos dois lados. Tudo num clima bastante descontraído pelo bom humor do reitor!.

...que solicitaram maior envolvimento de todos os diretores

...que solicitaram maior envolvimento de todos os diretores

A Controladoria Geral da União, segundo seus representantes, é a favor do exercício pleno da autonomia universitária. Para os auditores, a transparência tem o poder de incrementar respaldo à autonomia. Eles solicitaram, neste sentido, respaldo às ações desenvolvidas pela Auditoria Interna da UFSC. Essa, entendem, é uma forma preventiva de atuar em defesa do conceito e do bom nome da Instituição.

Os pró-reitores, assimilando os recados dos auditores, solicitaram um maior envolvimento de todos os diretores. “É necessário descentralizar e dividir as responsabilidades”,lembrou, por exemplo, o pró-reitor de Desenvolvimento Humano e Social, Luiz Henrique Vieira Silva. Já o auditor interno da UFSC, Audi Luiz Vieira, realçou os benefícios de cortar possíveis irregularidades na raiz. A CGU prega uma auditoria interna forte e bem equipada. “Atuante e preparada poderá auxiliar os setores e ser, efetivamente, nosso braço direito no Campus”.

O reitor Alvaro Prata recomendou interagir com a Controladoria Geral da União para haver uma melhor compreensão da dinâmica própria de uma universidade pública federal. “A conquista da credibilidade e da legitimidade junto à população ajudam nmo entendimento da CGU sobre a importância da UFSC para o conjunto da sociedade”, concluiu Prata.

Fotos: Paulo Roberto Noronha