Proposta de parque de ciências para Florianópolis ganha novo impulso

Projeto servirá para buscar apoios
O Planetário integra uma grande estrutura voltada à divulgação da ciência. Estão previstos pavilhão de exposições, local para a realização de oficinas experimentais para estudantes do ensino fundamental e médio, ambiente para cursos de formação continuada para professores das redes pública e privada de ensino. Além disso, espaços para prática de esportes e lazer. Um deles deve receber “brinquedos” semelhantes aos instalados no campus da UFSC em 2008.
A implantação de um parque nos moldes de um museu de ciência em Florianópolis é um sonho antigo. Para sua construção estão sendo pleiteadas áreas do governo federal, no aterro da Baía Sul, nas próximidades do Armazém Vieira. Uma delas com 21 mil metros quadrados, para instalação do Planetário e do parque de exposições. Outra de 29 mil metros quadrados, para pista de caminhada e instalação de “brinquedos científicos” ao ar livre. A UFSC fez o pedido de cessão em outubro de 2007, e o processo está em tramitação.
“Com o projeto do Planetário em mãos, várias instituições e empresas serão visitadas para que ajudem a UFSC, com recursos previstos na Lei de Renúncia Fiscal, na difícil empreitada que será a construção dessa primeira obra e também na implantação definitiva do Parque Viva a Ciência”, explica a professora Débora Menezes.
Em sua opinião, um parque interativo de ciência e tecnologia, nos moldes do Museu da PUC de Porto Alegre, e de inúmeros parques e museus existentes no Brasil e no mundo, é uma dívida a pagar com os catarinenses. A pró-reitora lembra que professores dos departamentos de Física e de Química, servidores que trabalham no Planetário da UFSC, e voluntários, com o apoio da ex-pró-reitora de Pesquisa, professora Thereza Christina Monteiro de Lima, abraçaram essa questão e se envolveram num ambicioso projeto com a finalidade de implementar o parque no aterro da Baía Sul. Agora a batalha continua. “Contamos com o apoio da comunidade universitária e de todos os catarinenses para viabilizarmos esse projeto”, incentiva a Pró-Reitora de Pesquisa e Extensão da UFSC.
Mais informações: professora Débora Menezes, fone (48) 3721-9716, e-mail: débora@reitoria.ufsc.br / Professor Nelson Canzian, fone 3721 9234 Ramal: 224, e-mail: canzian@fsc.ufsc.br
Saiba Mais:
“Embrião” do Parque Viva a Ciência está aberto à comunidade

Giroscópio é um dos "brinquedos"
O espaço é aberto a escolas e à comunidade em geral. O atendimento é realizado em dias alternados: os colégios são recebidos às segundas, terças e quintas-feiras, com agendamento prévio feito pelo site www.venhaconhecer.ufsc.br. Às quartas e sextas-feiras, monitores atendem a comunidade em geral. Nesses dias não é necessário agendamento. O horário de funcionamento é das 8h às 12h e das 14h às 18h. Informações pelo telefone (48) 3721-6806
Um novo Planetário: espaço para compartilhar a infinidade do universo
O novo Planetário está envolto em uma estrutura pensada para “quebrar conceitos de construções antigas e trazer uma solução alternativa de sustentabilidade”, explica Maria Lúcia Mendes Gobbi. Ela é uma das arquitetas da equipe Mendes Gobbi Eco Design, responsável pelo projeto encomendado por meio de um projeto da pró-reitora de Pesquisa e Extensão da UFSC para dar encaminhamento à busca de recursos para a implantação do Parque Viva a Ciência.
Partindo da visão de desenvolvimento sustentável, a equipe de arquitetos identificou os impactos que poderiam ser decorrentes da construção, processos, produtos e serviços relacionados ao Planetário e executou a proposta buscando harmonia com o ambiente.
No espaço interno e externo a intenção foi seduzir as pessoas a explorar a ciência. Na parte externa, foi idealizada uma rampa verde, gramada, que leva o público à cobertura. “Para que vivenciem o espaço além das maneiras convencionais”, descrevem os profissionais no projeto. A rampa permite acesso a idosos e portadores de deficiência física, e o uso da grama dificulta a passagem de calor. O ambiente interno leva a um passeio que termina na sala de simulações, onde um projetor digital, já adquirido pela UFSC, “transportará a audiência à infinidade do espaço” .
Projetor digital: vôos interplanetários e passeios pelo corpo humano
Para incrementar o projeto do Parque Viva a Ciência, a UFSC adquiriu um projetor digital, que será provisoriamente instalado no Planetário do campus. A expectativa é de que no futuro o equipamento seja transferido para o aterro da Baía Sul e atenda a um público mais amplo. O projetor antigo do Planetário da UFSC reproduz apenas o céu estrelado, por isso era direcionado à Astronomia. Além disso, com mais de 50 anos, depende de motores e engrenagens que movem o sistema de luzes e lentes para produzir o movimento das estrelas.
O novo equipamento é essencialmente um “data-show” especializado, e poderá ser usado em outras áreas. “Ele pode projetar qualquer tipo de programação, de vôos interplanetários a passeios por dentro do corpo humano, ou viagens a sítios históricos.”, explica o professor Nelson Canzian, também envolvido no projeto de implantação do Parque Viva a Ciência.
Segundo ele, enquanto um equipamento comum projeta sobre uma área de cerca de dois metros quadrados, o novo proporciona imagens em uma área de cerca de 13 metros quadrados. Também possui uma lente “olho de peixe”, que distribui a imagem sobre a cúpula hemisférica, ao invés de sobre uma tela plana, o que oferece a quem assiste sensação de imersão na imagem. O digital dispõe de um software especializado, com banco de dados sobre posições e luminosidade de estrelas, imagens de planetas, asteróides, galáxias, nebulosas, naves e satélites. Os ‘objetos’ são programáveis e o sistema oferece vários recursos de animação e efeitos especiais.
Por Maria Luiza Gil / Bolsista de Jornalismo na Agecom