Notícias da UFSC

A comunidade acadêmica da UFSC será ouvida sobre a proposta do Ministério da Educação de reformular o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), para que este possa ser usado no processo seletivo para ingresso nas universidades federais, em substituição ao vestibular. A garantia foi dada pelo reitor Alvaro Toubes Prata, que vê inúmeros aspectos positivos na idéia do ministro Fernando Haddad, mas ressalva que “é prerrogativa de cada instituição” utilizar ou não o ENEM como critério de seleção de seus futuros alunos.

Segundo o reitor, uma equipe formada por membros do MEC e da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) avançará na análise da proposta nos próximos dias para explorar aspectos operacionais ligados à medida. São questões que preocupam os reitores, como a garantia de segurança durante a aplicação das provas e eventuais prejuízos ao processo de regionalização do ensino superior.

“Há hoje um grande esforço para implantar universidades em regiões geograficamente desfavorecidas com o objetivo de melhor atender a população local”, explica o reitor. A Universidade Federal da Fronteira Sul (AFFS), que tem a UFSC como tutora e que contará com cinco campi nos três estados do Sul, é um exemplo disso. A unificação das provas pode prejudicar a prática de muitos vestibulares que contemplam questões com características regionais para selecionar um determinado perfil de aluno.

Mesmo assim, Alvaro Prata diz que a proposta do MEC é bem-vinda porque permite ao estudante realizar mais de um exame durante o ano e utilizar a sua melhor nota para o processo de seleção. Além disso, ele poderá usar o exame de um ano para o outro, caso considere que sua nota é adequada. “Isso retirará a pressão do vestibular e humanizará o processo de entrada nas universidades”, acredita o reitor.

Para ele, o novo sistema trará uma vantagem financeira considerável para as instituições de ensino superior, que economizarão recursos com a elaboração das provas e toda a preparação que antecede os exames. Por fim, Prata destaca a possibilidade de o estudante utilizar o mesmo exame para várias instituições, o que “promove a mobilidade acadêmica”.

O reitor da UFSC esteve em Brasília esta semana para ouvir, junto com outros membros da Andifes, as ponderações do ministro Fernando Haddad sobre a proposta da usar o Enem como critério de acesso ao ensino superior. Atualmente, apenas 14 das 59 instituições federais fazem uso do exame nacional em algum momento de seus processos de seleção, quadro que poderá ser alterado a partir de agora.

Contato com o gabinete do reitor: fone (48) 3721-9596.

Foto: Acervo Agecom

MEC envia termo de referência sobre o novo Enem e o processo seletivo unificado

Por Ana Paula Vieira – Andifes

09 de abril de 2009 07:17

O Ministério da Educação (MEC) enviou para a Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), nesta quarta-feira, dia 8 de abril, o termo de referência sobre o que chamou de “Novo Enem e seleção unificada”. Na última segunda-feira, dia 6 de abril, o ministro Fernando Haddad, presente na reunião do Conselho Pleno da Andifes, acordou a entrega do documento com esclarecimentos técnicos sobre a realização do exame e sobre o novo modelo de seleção para ingresso nas universidades.

O termo de referência será enviado às Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) para subsidiar a continuação do debate acerca da proposta do MEC. Agora, cada universidade deve realizar suas consultas e discussões internas.

Além do termo técnico, também ficou acertada na reunião com o ministro a criação de um comitê de governança para acompanhar a pauta da unificação dos processos seletivos das Ifes a partir da reestruturação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os componentes do grupo serão os reitores Amaro Lins (UFPE), presidente da Andifes, Álvaro Prata (UFSC), Damião Duque de Farias (UFGD), Malvina Tuttman (UNIRIO), Naomar Almeida (UFBA), Roberto Santos (UFRR) e pró-reitora de Graduação Sandramara Matias Chaves (UFG), presidente do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Graduação (Forgrad).

Prova

A nova configuração do Enem traz um exame com provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (incluindo redação); Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias, e Matemática e suas Tecnologias, que somam 200 questões. Ao optarem pelo Enem como seleção, as universidades podem continuar com suas políticas de ações afirmativas e seleções de forma seriada. Os candidatos poderão escolher até cinco opções de cursos e instituições

Seleção

A utilização do Enem pode se dar de duas formas. A primeira, mediante simples informação, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira- Inep, à Instituição de Ensino Superior (IES), dos boletins de resultados dos candidatos que tiverem realizado o novo Enem, adotado como prova de seleção com base em Edital próprio publicado pela IES, facultando-se sua utilização como fase única ou primeira fase do processo seletivo.

A outra forma de utilização implica em realização da prova do Enem como fase única, sem prejuízo de eventual realização de exame de aptidão para áreas específicas (desde que esse se dê em tempo compatível com o calendário da primeira e segunda chamadas do Sistema de Seleção Unificado). Esse modelo consiste na adesão das IES ao Sistema de Seleção Unificada, sistema informatizado do Ministério da Educação apto a processar o registro das vagas especificamente oferecidas pelas IES (“vagas Enem”), em confronto com as listas ordenadas de candidatos, em ordem decrescente, por curso, segundo a pontuação no Exame.

Para o Sistema de Seleção Unificada, o MEC oferece um sistema operacional exclusivamente online, que organizará os trâmites de candidatura e matrícula. O calendário previsto para a realização da prova é 3 e 4 de outubro de 2009. A divulgação dos resultados das quatro provas de múltipla escolha ocorrerá em 4 de dezembro de 2009 e a divulgação do resultado final, incluindo a redação, em 8 de janeiro de 2010.

A Andifes promoverá um seminário, no próximo dia 28, com a participação de atores externos, como representações estudantis do Ensino Médio, secretários estaduais e municipais de Educação, membros da comunidade científica, especialistas em processos seletivos das Ifes e representantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para discutirem acadêmica e tecnicamente o processo de modificação da forma de ingresso nas universidades. No dia 29 de abril, uma reunião extraordinária do Conselho Pleno da Associação reúne os reitores para continuarem a análise da proposta do MEC.

Clique aqui para conferir a íntegra do termo de referência.