Formação docente ainda carece de políticas permanentes

Fotos: Paulo Noronha/ Agecom
O reitor Alvaro Toubes Prata abriu o Fórum destacando o papel das universidades federais para a melhoria do quadro educacional brasileiro. Em relação à UFSC, enfatizou a interiorização através dos campi de Joinville, Curitibanos e Araranguá, além de comemorar a implantação da Universidade da Fronteira Sul em Chapecó. As boas vindas aos presentes foram dadas pelo diretor do Centro Sócio-Econômico, Ricardo Oliveira, e pelo diretor do Inpeau, Pedro Melo, que mediou os debates.
A educadora Leda Scheibe inaugurou a série de palestras lembrando o papel estratégico da formação do professor para o desenvolvimento da cidadania. Para ela, o desafio do Brasil é implantar um sistema nacional que atenda às exigências do conjunto da população. Chamou atenção para a Conferência Nacional de Educação em 2010 e considerou como um passo positivo o estabelecimento de um piso nacional para o magistério.
O segundo palestrante, Dilvo Ristoff, ex-diretor de Educação Básica da Capes e coordenador da Comissão de Implantação da Universidade da Fronteira Sul, frisou que políticas de educação só se sustentam com dados confiáveis. Ele acompanha a situação da educação de perto desde 2003. “O quadro não melhorou muito e em alguns casos até piorou”, lamentou. Dilvo, contudo, fez questão de salientar os investimentos e programas do Governo Federal na área, cujos resultados, segundo ele, já começaram a aparecer, sobretudo com a expansão da universidade pública.
Fernando Spaniol, professor da UFSC e diretor da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), apresentou um histórico da evolução das tecnologias da comunicação e da educação.
Já o ex-reitor da UFSC e atual secretário de Educação de Florianópolis, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, considera fundamental uma maior articulação entre o Governo Federal, os municípios e os estados. Ele considera a falta de financiamento como um empecilho à universalização da escola. “Os investimentos cresceram, mas continuam longe do ideal”, concluiu.
No lugar do secretário de Estado da Educação, Paulo Bauer, compareceu o diretor de Educação Básica, Antônio Pazeto. Ele detalhou as principais ações do Estado para a melhoria da qualidade do ensino. Reconheceu, porém, os problemas de pessoal e de ordem salarial. Santa Catarina é, por exemplo, um dos cinco estados que está tentando impugnar o piso de R$ 950,00 para o magistério. Pazeto divide a responsabilidade com a classe política.
No final, os debates transformaram-se numa espécie de protesto contra a política educacional vigente no Estado. Pazeto acabou concordando com a maioria das críticas levantadas, e aproveitou para anunciar que os professores voltarão a contar com licença para realização de especializações, mestrados e doutorados.
O Fórum organizado pelo Inpeau teve como parceiros o Centro Sócio-Econômico, a Fundação de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos (Fapese) e a Agência de Comunicação da UFSC (Agecom).
O evento foi transmitido online pelo Laboratório de Ensino a Distância (LED).