Estudo avalia propriedades anti-oxidantes de vegetais

09/02/2009 10:10

Pimentas e pimentões têm tudo para serem usados como conservantes de outros alimentos e defensivos agrícolas naturais. Essas e outras aplicações estão sendo investigadas mediante um estudo financiado pela Fapesc (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina).

O trabalho está quase pronto e envolveu alunos dos cursos de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos da Unochapecó (Universidade Comunitária Regional de Chapecó).

A coordenadora da equipe, Prof. Dra. Neusa Fernandes de Moura, constatou que o emprego do extrato de pimenta malagueta como conservante pode duplicar a durabilidade de carnes enlatadas, ao reduzir o processo oxidativo destes artigos. Isso se reflete em benefícios para o consumidor: “ele estará adquirindo um produto sem aditivos nocivos, além de ter um alimento que proporciona uma melhoria na qualidade de vida, visto seus efeitos farmacológicos”, explica a professora. “Vale lembrar também que as pimentas contêm vitamina C, o que contribui muito no seu efeito anti-oxidante.”

Segurança alimentar – A deterioração de alimentos por origem microbiana e por oxidação é um problema que desafia a indústria do setor. Em virtude disso, o processamento dos alimentos se faz necessário não só para aumentar a qualidade estética, nutricional, gustativa, higiênica e sanitária das comidas, mas também para inibir ou bloquear a proliferação de micro-organismos que ameaçam os consumidores. As plantas condimentares sempre foram usadas para tornar os alimentos mais agradáveis ao paladar, e sua utilização como conservantes em alimentos só depende de pesquisas como a da Unochapecó, que avalia a atividade antimicrobiana e anti-oxidante dos óleos, extratos e constituintes isolados de pimentas e pimentões do gênero Capsicum.

Um componente, chamado capsaicina, talvez possa servir à indústria agroquímica. “Nosso grupo ainda não estudou seu uso como defensivo agrícola natural, mas a forte pungência de algumas pimentas (como a cambuci e a cumari) pode repelir a presença de alguma praga”, diz a coordenadora.

Alguns dados resultantes da pesquisa foram publicados em artigos científicos e inspiraram uma dissertação de mestrado na Unochapecó. A instituição recebeu da Fapesc R$21 mil ao ter sua proposta selecionada pela chamada pública 07/2006, voltada à Pesquisa Científica Básica. “Ela ofereceu duas linhas de apoio, sendo uma para aquisição de equipamentos de pesquisa (Linha I) e outra para apoio a projetos de pesquisa (Linha II)”, afirma Deborah Bernett, coordenadora de projetos da Fapesc. Em 2008 foram distribuídos recursos nas seguintes regiões: Grande Florianopolis, Litoral Norte, Sul, Norte, Meio Oeste, Alto Vale, Oeste, Serrana. Um total de 10 projetos foram contemplados com um montante de R$ 3.056.952,52 pela Linha I e 52 dividiram R$ 1.234.965,71 pela Linha II. Seus títulos estão no site www.fapesc.sc.gov.br, campo Chamadas Públicas, Ciência Básica.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Fapesc