Oportunidades e desafios do REUNI no planejamento estratégico da UFSC

Nagib:assistência aos mais pobres
José Nagib lembrou que as universidades ficaram assustadas inicialmente pelo nível de exigências do Governo Federal. “Quando o REUNI passou a levar em consideração a pós-graduação, as universidades viram no REUNI uma oportunidade e, gradativamente, todas aderiram”. As prioridades, os modelos de implantação, conforme assinalou o palestrante, ficaram a cargo de cada instituição. A UFMG optou em aplicar os recursos numa estratégia de expansão integrada e equilibrada entre a graduação e a pós-graduação.
Neste sentido, a Universidade decidiu pela ampliação do número de bolsas para pós-graduação, adoção de novas metodologias de ensino, formação de equipes integradas (professores, alunos de pós, pós-doutorandos, professores visitantes e monitores de graduação) e utilização de tecnologias de ensino a distância. Jose Nagib advertiu que isso não significa colocar o aluno de pós-graduação no lugar do professor nem relegar a um plano secundário a aula presencial.
Assim como planeja a UFSC, a universidade mineira prevê para os novos cursos currículos arrojados, consistentes, enxutos, buscando a multidisciplinaridade. Os novos cursos, adianta o pró-reitor, “devem contemplar a inovação e trajetórias formativas inéditas com o objetivo de formar profissionais efetivamente demandados pela sociedade”. Coincide, em tese, com a filosofia que move a UFSC na implantação dos Campi de Curitibanos, Joinville e Araranguá. “Essas idéias têm aproximado as IFES”, reconheceu José Nagib.
O palestrante destacou que, paralelamente ao REUNI, as IFES estão desafiadas ao aprimoramento do processo de ingresso, à redução da seletividade social e à definição de políticas de permanência dos mais pobres. “Isso passa pela assistência aos mais pobres”. resumiu. A evasão, em síntese, só poderá ser contida com transporte, alimentação, moradia e trabalho (bolsas).

Prata: mediação
O palestrante está preocupado igualmente com outros problemas que atingem o conjunto das universidades. Entre os mais preocupantes, destaca o modelo de contratação das obras públicas, a via crucis das licenças ambientais, o déficit de recursos humanos para projetos e orçamentos, a falta de operacionalidade dos setores jurídicos e de compras e a ignorância generalizada instalada nos chamados órgãos de controle.
No campo específico do ensino, o palestrante critica os currículos disciplinares e inflexíveis e defende alterações nos processos seletivos iniciais. Ele acha que um novo paradigma pedagógico terá lugar nos novos cursos provocados pelo REUNI.
Por Moacir Loth/jornalista na Agecom
Fotos:Paulo Roberto Noronha