NETI forma primeira turma de leitura e escrita para adultos

05/12/2008 09:48

NETI: fazendo amizades

NETI: fazendo amizades

O Núcleo de Estudos da Terceira Idade da UFSC (NETI) forma, no dia 9 de dezembro, às 17h, no Templo Ecumênico, a sua primeira turma do curso de ´Leitura e Escrita para adultos`. Segundo a professora Ângela Maria Alvarez, que coordena o Núcleo, a finalidade é possibilitar a aprendizagem de idosos e adultos por meio de uma perspectiva pedagógica que considera a participação dos adultos e idosos.

O grupo de docentes é assessorado pelas professoras do Centro de Educação Maria Hermínia Laffin, do Departamento de Metodologia de Ensino da UFSC, e Leyli Abdala, servidora do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI). Os alunos são estimulados a estudar outros conteúdos, ampliando, assim, seus conhecimentos. O primeiro grupo de formandos é composto de 45 alunos em quatro turmas. Uma delas funciona no Conselho Comunitário do Rio Tavares. As aulas são ministradas por monitores do núcleo apoiadas por bolsistas do

curso de Pedagogia e conta com o apoio da Fepese.

Ângela salienta que a metodologia aplicada vem atraindo estudantes de várias regiões da Ilha. Nair de Pádua Fiúza, moradora dos Ingleses, por exemplo, diz que veio participar do curso “para melhorar minha vida e a saúde”. Nair adiantou que conseguiu fazer amizades, passou a conhecer coisas que não sabia e teve contato com professores atenciosos.

Já João Afonso da Rocha, pescador aposentado, disse que estudou somente até a terceira série do primário, pois para ser pescador não precisava muita escola. No entanto, Rocha sentiu a necessidade de estudar, uma vez que tem viajado com grupos de terceira idade com outra cultura. “Aqui fiz amigos, adquiri conhecimento e não pretendo parar”, completou. Francisca do Nascimento é natural de São João Batista e mudou-se para Vargem Grande, em função da morte do marido. Sofrendo de profunda depressão, buscou no NETI alguma atividade para preencher o tempo. Assim aproveitou o curso para alfabetizar-se, pois não teve oportunidade de estudar muito na infância. Ela, que vai fazer o curso de monitor do Núcleo, se diz agradecida

pela acolhida que teve.

Margarida Luíza V. Nascimento mora na Trindade, mas veio de Três Riachos. “Meu pai me tirou da escola para trabalhar na roça. Depois casei e só agora com os filhos grandes tive condições de voltar aos estudos. Tentei aprender em outros cursos de alfabetização de adultos, mas não consegui escrever nas apostilas”. Margarida está liderando um grupo para que a universidade abra curso de primeiro e segundo grau para adultos. “Há muita gente na minha condição que não está podendo estudar nos cursos oferecidos pelo governo, mas que pretende tirar o segundo grau”.

Por José Antônio de Souza/jornalista na Agecom

Foto:Jones João Bastos