Coincidências marcam conclusões do Seminário de Planejamento Estratégico na UFSC

02/12/2008 10:37

Nagib, Lopes, Gileno e Alziro:coincidências

Nagib, Lopes, Gileno e Alziro:coincidências

1A participação dos estudantes no planejamento estratégico, a valorização dos servidores técnico-administrativos e dos professores, a manutenção das fundações de apoio à pesquisa e a flexibilização dos currículos dos cursos foram algumas das questões que unificaram o pensamento dos integrantes da mesa-redonda do Seminário de Planejamento e Gestão Estratégicos na UFSC. O evento, conduzido pelo reitor Alvaro Prata e organizado pela equipe do Pró-Reitor de Planejamento, Luiz Alberton, reuniu ontem (1º de dezembro), no hotel Maria do Mar, em Florianópolis, mais de cem dirigentes da UFSC. Da mesa-redonda, mediada pelo reitor da UFSC, participaram Gileno Marcelino (UnB), Alziro Rodrigues (PUC-RS), Milton da Costa Lopes Filho (Unicamp) e José Nagib Cotrim Árabe (UFMG). Todos eles proferiram palestras e, no final do evento, participaram de debate respondendo perguntas do público lidas pelo reitor Alvaro Prata.

As repostas às perguntas mantiveram uma certa coerência. O conteúdo, independentemente do vocabulário do palestrante, coincidiu na essência. Para eles, a participação no planejamento estratégico de toda a comunidade universidade é fundamental; as fundações de apoio à pesquisa continuam sendo indispensáveis aos funcionamento das universidades; os currículos precisam ser aperfeiçoados para que deixem de assustar os alunos; é necessário o envolvimento direto do reitor para o planejamento andar e atender às expectativas criadas eventualmente. “O planejamento estratégico não faz mágica, mas pode catalizar o processo de gestão de uma administração”, pensam os palestrantes.

O palestrante da UFMG informou que, no momento, a sua universidade não desenvolve um processo de planejamento estratégico. Contudo, lembrou que, quando houve, três motivos levaram ao fracasso: “não foi suficientemente participativo; não houve envolvimento direto do reitor; e o pró-reitor da área deixou o cargo e o assunto saiu de pauta”. José Nagib explica que o sucesso da UFMG deve-se à coesão institucional. “Nunca houve ruptura administrativa. Os reitores não têm o costume de desmanchar o que está funcionando”.

Ele é favorável ao envolvimento das fundações de apoio à pesquisa no planejamento estratégico e na concretização das metas do REUNI. A UFSC, por exemplo, contrata as obras através das fundações, economizando, segundo Nagib, tempo e dinheiro. “Independentemente do entendimento do TCU e da Controladoria Geral da União(CGU), as fundações continuam indispensáveis ao funcionamento das universidades”, concluiu.

Gileno Marcelino, da UnB, considerou vital a participação dos servidores, professores e alunos nos processos de planejamento estratégico. “Acho que, inclusive, depois da invasão ocorrids na reitoria o nível de envolvimento discente vai crescer”, previu. Frisou que o planejamento ampliou a participação dos servidores no processo decisório da instituição. Simultaneamente, a exemplo do vem acontecendo na UFSC, deflagrou-se uma política de capacitação e atualização funcional.

Alziro Rodrigues, da PUC-RS, salienta que é fundamental a universidade ouvir os alunos. “Temos que melhorar essa relação, saber quem são, o que pensam e o que querem para dar rumo correto à Instituição”. Ele conclui que, só assim, é possível diminuir a evasão ou enfrentar os dilemas que cercam a grade curricular e a carga horária. “Temos que implementar um processo pedagógico atualizar e atuar de maneira convergente, conciliando os anseios da sociedade com as expectativas oferecidas pelo mercado”, pondera.

Ainda de acordo com Alziro, o planejamento estratégico precisa catalizar o processo de gestão de uma administração. “Não é possível prever o futuro, mas devemos nos preparar para ele, ou seja, arrumar um tempo para ver o que se pode ou se deve fazer daqui por diante”, enfatizou. Alziro acrescentou que o planejamento não determina o futuro das organizações: “esse papel é nosso”.

Por Moacir Loth/jornalista na Agecom

Foto:Paulo Roberto Noronha