Coincidências marcam conclusões do Seminário de Planejamento Estratégico na UFSC

Nagib, Lopes, Gileno e Alziro:coincidências
As repostas às perguntas mantiveram uma certa coerência. O conteúdo, independentemente do vocabulário do palestrante, coincidiu na essência. Para eles, a participação no planejamento estratégico de toda a comunidade universidade é fundamental; as fundações de apoio à pesquisa continuam sendo indispensáveis aos funcionamento das universidades; os currículos precisam ser aperfeiçoados para que deixem de assustar os alunos; é necessário o envolvimento direto do reitor para o planejamento andar e atender às expectativas criadas eventualmente. “O planejamento estratégico não faz mágica, mas pode catalizar o processo de gestão de uma administração”, pensam os palestrantes.
O palestrante da UFMG informou que, no momento, a sua universidade não desenvolve um processo de planejamento estratégico. Contudo, lembrou que, quando houve, três motivos levaram ao fracasso: “não foi suficientemente participativo; não houve envolvimento direto do reitor; e o pró-reitor da área deixou o cargo e o assunto saiu de pauta”. José Nagib explica que o sucesso da UFMG deve-se à coesão institucional. “Nunca houve ruptura administrativa. Os reitores não têm o costume de desmanchar o que está funcionando”.
Ele é favorável ao envolvimento das fundações de apoio à pesquisa no planejamento estratégico e na concretização das metas do REUNI. A UFSC, por exemplo, contrata as obras através das fundações, economizando, segundo Nagib, tempo e dinheiro. “Independentemente do entendimento do TCU e da Controladoria Geral da União(CGU), as fundações continuam indispensáveis ao funcionamento das universidades”, concluiu.
Gileno Marcelino, da UnB, considerou vital a participação dos servidores, professores e alunos nos processos de planejamento estratégico. “Acho que, inclusive, depois da invasão ocorrids na reitoria o nível de envolvimento discente vai crescer”, previu. Frisou que o planejamento ampliou a participação dos servidores no processo decisório da instituição. Simultaneamente, a exemplo do vem acontecendo na UFSC, deflagrou-se uma política de capacitação e atualização funcional.
Alziro Rodrigues, da PUC-RS, salienta que é fundamental a universidade ouvir os alunos. “Temos que melhorar essa relação, saber quem são, o que pensam e o que querem para dar rumo correto à Instituição”. Ele conclui que, só assim, é possível diminuir a evasão ou enfrentar os dilemas que cercam a grade curricular e a carga horária. “Temos que implementar um processo pedagógico atualizar e atuar de maneira convergente, conciliando os anseios da sociedade com as expectativas oferecidas pelo mercado”, pondera.
Ainda de acordo com Alziro, o planejamento estratégico precisa catalizar o processo de gestão de uma administração. “Não é possível prever o futuro, mas devemos nos preparar para ele, ou seja, arrumar um tempo para ver o que se pode ou se deve fazer daqui por diante”, enfatizou. Alziro acrescentou que o planejamento não determina o futuro das organizações: “esse papel é nosso”.
Por Moacir Loth/jornalista na Agecom
Foto:Paulo Roberto Noronha