Revista Médica abre espaço para pesquisas da Universidade

12/11/2008 11:24

A Revista Brasileira de Educação Médica (RBEM), de tiragem trimestral, é publicada pela Associação Brasileira de Educação Médica há 32 anos. O periódico apresenta pesquisas, resenhas, relatos de experiências e ensaios relacionados à área médica, produzidos em universidades brasileiras. O conteúdo pode ser acessado pelo site www.educacaomedica.org.br.

A edição de julho deste ano trouxe pesquisa realizada com estudantes do último semestre de um curso de medicina do sul do Brasil, em que se avaliou a percepção de 25 alunos sobre o processo de aprendizagem da relação médico-paciente. Os dados foram coletados em 2005, através de entrevistas.

A pesquisa mostra, por exemplo, que os recursos de aprendizagem considerados mais eficazes pelos estudantes são a prática extracurricular, o internato e a observação de modelos comportamentais de médicos, professores, residentes, colegas e outros profissionais. Por outro lado, as aulas teóricas sobre o assunto são julgadas escassas, e quatro entrevistados mencionam que não é possível um bom aprendizado apenas com a teoria.

O trabalho estimula a reflexão sobre as formas mais eficientes de ensino. 87% dos estudantes acreditam que deve haver mais ênfase no tema ao longo de todo o curso, enquanto 27% acham que o treinamento para abordar pacientes em situações específicas é essencial. 20% dizem que deve ser criado um módulo ou disciplina sobre o tema. Também são mencionados como importantes fatores o contato precoce com pacientes e as atividades práticas.

Em relação à experiência prática, as autoras fazem um contraponto, ao afirmarem que não garante a aprendizagem, podendo levar à repetição contínua de erros.

Criar espaços de reflexão mediados por professores ou profissionais, oferecer mais preparo aos docentes e desenvolver mais pesquisas sobre o tema são algumas sugestões que podem complementar a formação oferecida pelos cursos.

A relação médico-paciente é base da prática clínica. Quanto melhor for, mais benefícios terão pacientes e médicos. As vantagens estão tanto no que diz respeito ao melhor entendimento, por parte dos pacientes, de seus problemas, dos tratamentos propostos e das investigações conduzidas pelo profissional, quanto na maior precisão da avaliação médica. Uma boa comunicação pode levar a uma maior satisfação de ambas as partes, evitar erros de diagnóstico e garantir uma maior adesão dos pacientes ao tratamento.

A pesquisa, feita por Suely Grosseman, da UFSC, junto Carolina Stoll, da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (Paraná), foi vencedora do Prêmio Abem/2007 de Educação Médica no 45o Congresso Brasileiro de Educação Médica, realizado em outubro de 2007 na cidade de Uberlândia (Minas Gerais). Pode ser lida no site da revista, na seção ‘edições e assinaturas’.

Por Isis Martins Dassow/ Bolsista na Agecom